sexta-feira, maio 21, 2004

Eles não sabem, nem vêem

O ministro não adere à greve. E está no seu pleno direito.
Uma realidade é a sangria de médicos jovens (que são quem põe as unidades de saúde a funcionar) dos principais hospitais onde são formados. Pessoas com grandes capacidades, promissores, são desterrados para hospitais regionais ditos carenciados, enquanto que as vagas dos hospitais onde fizeram a sua formação estão fechadas saberá alguém a razão de tal realidade. Pessoas em quem se investiu, a quem se deu formação em técnicas que só nestes hospitais podem fazer-se. Técnicas que deixarão de se fazer porque eles eram os únicos que as dominavam.
É claro que nalguns casos será completamente impossível ao fim de tantos anos de estabelecimento num sítio, zarpar para outras terras. A família constitui-se, os consultórios organizaram-se, a vida está feita aqui. É uma aposta forte no seu abandono do sector público. São menos encargos para o Estado e potencial de mão de obra mais barata para os próximos hospitais das Seguradoras. Isto a mim parece-me tão óbvio, que às vezes me espanto.
Será o caminho mais indicado ir à concorrência, ao sector privado, buscar gestores para as decisões públicas?

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