NÃO É QUE NÃO SEJA NECESSÁRIO
Há uma distância grande entre o que se sonhou e o que se vê feito e em cada dia que passa se sente a falta de tempo para acrescentar o que se quis. Depois, olha-se em redor e estranha-se a quase ausência de caminhos nos que ficam, perdidos e desistentes. Não têm noção do que foi e de como era difícil, de como foi necessário até emigrar, fugir a uma guerra estúpida ou ainda mais estúpida do que todas as outras. É preciso falhar para se encontrar o caminho e aprender com os erros. Se assim se não fizer, fica-se convencido de certezas ilusórias. Há uma acomodação à vitimização que rende.
Mas agora há cada vez menos paciência para mudar. Está como está e sente-se que, por mais cético que se seja, ficou melhor. Comodamente apetece desfrutar do que se tem. Devem conservar-se as energias para o combate contra a indigência exigente que pode querer vir a pôr em causa o resultado a que se chegou. Não é preciso provar as castas todas, basta saboreá-las com gosto e chegar a um ponto em que se sente que se teve bastante.
Há outro caminho alternativo, mas possivelmente só lá se chegará no futuro. Às vezes é preciso errar para avançar. O problema maior é não perceber por que se erra.
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