Continua-se no caminho da facilidade e da reacção. É-se contra sem se dizer aquilo por que se é a favor. Ou de uma forma insana, quer-se a mudança, desde que se não mude nada. Quer-se manter o acesso de 5 doentes por noite a um serviço ao pé da porta, querem-se manter abertas as portas de maternidades sem recursos nem movimento que os justifiquem? Não há imaginação para mais um pouco ou a que existe é apenas e só para acentuar o desperdício?
Explorar reacções primárias, só por si, nunca será um caminho de revolucionários, porque a transformação surge com ideias novas e, com a contestação da transformação, ainda que experimental, do que está obviamente mal, não se muda rigorosamente nada. Afinal, apenas se pede a manutenção do existente como se vivessemos no melhor dos mundos.
As manifs vão ter bandeiras, gritos e protestos de raiva, mas falta-lhes a imaginação. Há 40 anos em Paris, queria-se levar a imaginação ao poder. E nada ficou como dantes ao ponto do senhor Sarkozy querer, ainda agora, acabar com o Maio de 68. Certas manifs de hoje são apenas circulares alimentando apenas a sua existência. Nada transformam, mais parecem querer manter o disfuncional.
Quando se promoverá, a sério, o funcionamento racional e eficiente do SNS? Quando se discutirá o erro histórico de entregar aos privados o sector da saúde? Quando se equacionará o fim da promiscuidade público-privado?
É realmente preciso mudar, não mantendo o que existia. SFF. E nós podemos mudar, se percebermos que o caminho não é o da facilidade!
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