quinta-feira, julho 20, 2006

Complicómetros

A vida pode ser complicada nalguns dias. Noutros, é mais a complicação que lhe arranjamos. Muitas vezes, só pela falta de estética, tristemente esmagada por grosserias mal dominadas. Deve dar alguma insónia, epigastralgia, mal-estar ou mesmo náuseas. Para quem assiste é mais o mau cheiro do vómito que se avizinha. Alguma pena, que assim seja. Na verdade, as coisas até são simples, não adinata fugir delas nem ter receios sem fundamento. Podemos ou não ajudar a que se resolvam, com a certeza de que não seremos nunca fundamentais, insubstituíveis, na sua ultrapassagem. Essa consciência, que vem depois, também deve ser incómoda, pois quanta vontade não há de ser-se a peça sem a qual a máquina não mexe? Mas não, não só são dispensáveis como até chegam a ser escolhos no caminho e tudo seria mais fácil se a dragagem fosse feita. Felizmente, convenço-me que já faltou mais para que a porta se abra e possam ir arejar. Para que o ar que respiramos se possa renovar, que bem necessário é.

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