Caro Manuel Alegre,
agora que os papéis amarrotados se acumulam ao lado dos contentores de reciclagem, chegou a hora de mostrar às gentes que um homem não se rende. Falta já menos de um mês para o prolongamento necessário, mas só se vai ao tempo extra, se soubermos estar ao ataque. Afinal, temos o público do nosso lado. À volta do quadrado, a Esquerda é maior que a Direita e como na Catedral é quando se joga para a frente, que as bancadas enchem, a malta vibra e os golos surgem, nem que seja no último minuto. Vai ser preciso fazê-los entender isso, estamos a jogar em casa, somos mais. Precisamos que percebam que um homem que se não rende, tanto mais que isso seria falta de educação, é o jogador que faz a diferença. É preciso afirmar a simpatia pelo Jerónimo e pelo Louçã e ao mesmo tempo mostrar a inutilidade de participar na sondagem que ambos procuram fazer para saber qual dos dois é maior. A sondagem é inútil e muita gente já entendeu que é você a alternativa de vitória frente ao adversário da Direita. Já agora, não o critique, pois este é daqueles que basta recordar. É preciso, relembrar 1995 às pessoas, o desemprego, a corrupção nos ministérios, os bloqueios na Ponte. Em 1996, na eleição para Presidente, elas ainda se lembravam, agora estão mais esquecidas, mas mostrem-se bem esses tempos que a memória se lhes avivará. Afinal, as pessoas não mudam assim tanto e este ainda nem fez qualquer acto de contrição do seu passado, continua homem das convicções que sempre teve e, só tacticamente, lerá jornais e admitirá que algumas vezes se engana. Pergunte-lhe cara a cara, que erros tem o governo Sócrates cometido, em que discorda ele e conclua que ele é o candidato desta política e do aprofundamento do neoliberalismo e afirme-se como óbvia alternativa a esse caminho. Deixe-nos acompanhá-lo no quadrado.
Jogue mais aberto e mais ao ataque, que o nosso problema não é a defesa. Aí estamos nós e bastará atacar forte para esta maioria o levar à vitória.
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