domingo, dezembro 25, 2005

Intervalo, pretensamente, lúcido

Deve ser um imenso ruído, como estar no meio de uma multidão que fala uma língua que se não entende. Ou será mesmo não ouvir nem ver a populaça? A agitação cresce, mas possivelmente já nem se dá por ela. É somente a expressão da inquietação, sem limites de convenção. Estar além dos limites, algures. Ir sem andar, ficar onde não se sabe, ninguém sabe, com breves regressos ao lado de cá da fronteira. Que mundo é esse onde se vai estando a maior parte do tempo do lado de lá?
Não se questiona, quase por pudor, a intervenção no controlo das doenças geradas pelo ambiente perseguindo-se exaustivamente o controlo do tabagismo, das dislipidemias, da hipertensão arterial, da obesidade e da diabetes. Em nome desses combates, suprime-se muitas vezes boa parte da vida ou pelo menos alguma da parte boa que pode ter. Gastam-se fortunas a investigar neste campo, quase se esquecendo que o controlo destes males, é, afinal, a geração de outros mais silenciosos e devastadores.
Quatro acidentes depois, que o tempo está de chuva, cheguei, finalmente, a casa.

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