terça-feira, janeiro 20, 2004

Venham mais 5! (irritar-se com esta coisa)

Por agora, venham 6500, é o que precisamos para as nossas necessidades. A minha consciência fica arrepiada com este mercado. Precisamos de coisas, de objectos, de mercadorias. Reduzir os 6500 a isto é excessivamente redutor. Fico incomodado. Já os tenho visto nas consultas, nas urgências. Garanto-vos, são feitos exactamente da mesma matéria que nós, os portugueses. Têm pele (às vezes de outra cor), cabeça, pescoço, tronco e membros (às vezes maltratados na construção civil) exactamente como nós. São exactamente pessoas.
Agora, que vejo o Governo encomendar 6500, tenho arrepios. Como quem encomenda automóveis, planificadamente, em função do número previsível de compradores. E será que vão fazer um concurso? O numerus clausus já aí está: 6500. Quais os critérios de preferência, quando termina o concurso? Será que vão pôr anúncios em África, nas Américas e na Ásia? «Bem-vindo ao Primeiro Mundo. Em Portugal, abriram 6500 vagas para tarefas que os portugueses têm nojo e vergonha de executar. Venha daí!» Júri do concurso, PP e seus colaboradores.

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