E se, por exemplo, um funcionário aplicado de uns banqueiros que andavam a planear meter-se no negócio da saúde, chegasse a Ministro?
Naquele país havia um Serviço de Saúde que sem ser gratuito, ainda assim, permitia que a ninguém deixassem de serem prestados os cuidados necessários quando a doença batia à porta. As pessoas, embora, às vezes, esperassem um bocado pelas consultas ou pelas cirurgias, lá acabavam por ver resolvidos os seus problemas. Por isso, os tais banqueiros não podiam esperar retirar esses direitos assim de um dia para o outro, que eles, mesmo doentes, haviam de fazer algazarra.
Vamos então, por partes, decidiu o funcionário. Comecemos por criar sociedades anónimas na gestão dos hospitais com gestores nossos amigos e mantenhamos a carência de emprego a médicos e enfermeiros. Depois, com sorte, teremos falências dos hospitais e então que iremos fazer? Temos de aproveitar as estruturas, o que talvez possamos fazer vendendo-as aos banqueiros a preço de saldo. Com a falência, desempregam-se uns quantos mas não tem problema. Podem depois ser recontratados a nível individual pelos novos donos. Como são muitos e sem quaisquer garantias até hão-se estar baratos! Bem, mas os banqueiros, que têm esta necessidade conhecida de ganhar dinheiro, não vão fornecer cuidados gratuitos. Mas como são boas pessoas, vão criar muitos e variados seguros de Saúde.
Subitamente, os cidadãos daquele país hão-de acordar e ver que onde havia um sistema nacional de saúde potencialmente gratuito, terá passado a haver um sistema privatizado, onde quem quer ser tratado paga e até, antecipadamente, e quem não paga, não tem cuidados. Alguns anos depois, os índices de saúde, mostrarão o disparate que é todo este plano. Entretanto, contribuímos para a melhoria da economia, a tal.
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