quinta-feira, setembro 04, 2008

Medicina ou política?

Fazemo-nos médicos para aumentarmos a vida e a qualidade da vida vivida, curarmos as doenças e, mais do que isso, prevenirmos o sofrimento que causam. A evolução dos últimos anos, cada vez mais, porém, me faz pensar que não é sendo médico que esses objectivos se conseguem. Não melhoro fundamentalmente a morbilidade e mortalidade associadas com a obesidade, a diabetes ou as doenças cardiovasculares, prescrevendo mais drogas. Esta intervenção que esquece as causas, apenas é fundamentalmente útil para a indústria farmacêutica. Também não é promovendo a investigação, nomeadamente nos campos da genética ou da biologia, gastando aí rios de dinheiro que se promove o aumento da esperança de vida (para todos!)embora se melhore a de alguns mais ricos, dos que têm acesso aos seus progressos.
Um relatório recente da OMS mostra tudo isto de forma bem clara. Curiosamente, a nossa imprensa, tão ocupada com a divulgação dos assaltos de 100 euros, não tem espaço nem tempo para divulgar coisas simples como estas:

Economic growth is raising incomes in many countries but increasing national wealth alone does not necessarily increase national health. Without equitable distribution of benefits, national growth can even exacerbate inequities.

While there has been enormous increase in global wealth, technology and living standards in recent years, the key question is how it is used for fair distribution of services and institution-building especially in low-income countries. In 1980, the richest countries with 10% of the population had a gross national income 60 times that of the poorest countries with 10% of the world's population. After 25 years of globalization, this difference increased to 122, reports the Commission. Worse, in the last 15 years, the poorest quintile in many low-income countries have shown a declining share in national consumption.

Wealth alone does not have to determine the health of a nation's population. Some low-income countries such as Cuba, Costa Rica, China, state of Kerala in India and Sri Lanka have achieved levels of good health despite relatively low national incomes.


Não deixa de ser perturbador pensar, nesta fase da carreira, se foi esta profissão a melhor escolha. A sedução da política existe.

1 comentário:

Anónimo disse...

experimenta escrever isso uma TVI ou uma SIC, pode ser que se interessem...