terça-feira, junho 10, 2008
Vil raça
Não tem importância, dirá a corte. A vil razza danatta de cortesãos. Fugiu da pergunta, rodopiou para a direita numa volta completa, inspiradora da vertigem do discurso, não se conteve, surgiu-lhe do inconsciente político, explosivo: hoje é dia da raça. Depois, o papagaio ainda balbuciou o dia de Camões e das comunidades. Já era tarde. Estava feita a confissão. Nem é por mal, nem tem conteúdo real, é mesmo só incultura democrática. Depois de alguns socialistas de plástico, temos também um democrata de plástico. A democracia aprendida à pressa numa cartilha de conselheiros de imagem. Nestes momentos, deve sentir ter nascido na altura certa. Nascido uns anos antes, seria mais um catedrático a sanear em Abril. Assim, safou-se dessa. Mas o cimento de que é feito, está sempre em risco de estalar e o castelo vem abaixo. Lembremo-nos que não lê jornais e raramente se engana. As pessoas mudam pouco e ainda que queiram dar imagens diferentes do que são, a sua raça ata-lhes as ideias.
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