Esgotam-se a imaginar embrulhos de nada. Deliciam-se com o aspecto do papel e dos laços. Afagam os lacinhos com a ternura imensa que têm pelas imagens, pelos pacotes. A coisa fica tão linda, que o melhor é mesmo só tirar fotografias e que ninguém se atreva a desembrulhar. O encantamento da visão ofuscando a curiosidade da substância. E pulam de embrulho em embrulho, nas embrulhadas do caminho. Sorriem deliciados com a sua habilidade do transitório na vaga esperança de lhes não ser exigido existirem de forma definitiva algum dia. A sua vida macia, dura enquanto durar e logo se verá.
É o marketing muito à frente da realidade num prenúncio de queda inevitável e dolorosa. As torres fazem-se de pedras, amontoadas uma a uma, as fictícias, desmoronam-se sempre na primeira oportunidade.
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