sábado, maio 26, 2007

Premissas

Perigoso é estabelecer uma teoria baseada em premissas inconsistentes. Quando se aplica a cruz de Marshall ao campo da Saúde, é fundamental identificar com clareza a oferta e a procura e perceber a originalidade deste sector, onde, em princípio me parece, que o consumidor que procura não anda longe do fornecedor que oferece. Complicado, pois, encontrar neste negócio pontos de equilíbrio, tanto mais que se pretende fazer pagar a conta a terceiros mal informados. Convém ter a lucidez bastante para não inventar soluções de problemas resolvidos, não importar teorias de resolução de quem só tem manifestado ineficiência. Na verdade, nos EUA gastam-se 13% do PIB em Saúde e só cerca de 25% da população se encontra coberta por um regime público ou social de financiamento!!! Entre nós e na maioria dos países de Europa, a cobertura é de 100% e os níveis de gastos em função do PIB andam pelos 10%. Quem tem de mudar?
Combater o desperdício, racionar, mas nunca perder o controlo do sistema entregando-o a privados ansiosos de lucro. Os tais que sabem que «depois do negócio das armas, este poderá ser o segundo melhor negócio». Mais uma vez, um problema de premissas: não se trata de um negócio, mas de um direito! O direito de não pagar quando se é obrigado a consumir, o direito que os doentes têm, a terem a solidariedade dos saudáveis, porque, doentes e saudáveis, não vivem na selva, apesar, de essa ser outra premissa que nos querem impôr.

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