segunda-feira, maio 14, 2007
Mad(world)
É hábito desde o Ultimatum, que quando eles falam, em Portugal, obedece-se. Agora, perante um caso de descuido paterno de cidadãos ingleses, vêem-nos mostrar a sua incompreensão sobre a falta do circo mediático na forma de conduzir a investigação do desaparecimento da criança.
Mas a isto já estamos habituados. O que foi novo hoje, me espantou e inquietou até, é que perante o palpite de uma jornalista inglesa (tinha de ser, que isto de ser de fora dá estatuto) se nomeou um suspeito, com direito a exposição de fotografia, sem que, até este momento, haja qualquer tipo de acusação formal. Mas agora, perante uma boca de um qualquer tipo (a fundamentação da senhora jornalista está a este nível) um cidadão pode ser exposto. E se tudo não passar de um «suponhamos» como é habitual na classe? Se daqui a algum tempo, afinal, tudo não tiver passado de um erro? Que raio de garantias se têm do direito ao bom nome neste país? Não vejo qualquer vantagem para todos nós em sabermos que há uma hipótese de se ter encontrado um criminoso. Como cidadão, gosto de ter notícias de factos, não de hipóteses e muito menos quando a divulgação serve apenas para alimentar audiências (leia-se a receita dos donos dos jornais e televisões). É imoral que para benefícios de uns Murdochs se ponham em causa garantias fundamentais. Mad(world) este!
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