sexta-feira, março 30, 2007
Cartazes
Um cartaz colocado num local público seria um mau investimento se apenas fosse visto por quem lá passa. Uns com apressa com que circulam nem o veriam, os que o vissem, ficariam com a mesma opinião que já possuíam antes sobre o que publicita. O problema, mais uma vez, é o que a comunicação social (?) faz destas coisas. Uma coisa que era local, torna-se nacional. Será por ignorância dos efeitos? Há uma tendência mórbida para a estupidez da parte de alguns dos nossos jornalistas.
quinta-feira, março 29, 2007
Simples
Depois de duas reuniões, fico com a sensação de que, realmente, há coisas simples, quando as não complicamos. Mas para alguns são vitais as coisas complicadas para evidenciarem a simplicidade de que são feitos.
terça-feira, março 27, 2007
Tranquilidade
Ou somos de sprints ou de contra-relógios. Há quem precise de olhar para o lado para avançar, outros preferem olhar em frente. Acho que se estivesse só, ia à mesma velocidade, pelo prazer do andamento e não pela corrida. Para isto é preciso algum silêncio e até recolhimento, para se sentir o ritmo do progresso. É impossível andar contra-relógio com música ambiente a preencher-nos a atenção. Reivindico, por isso, o som do silêncio, aquele que há no cimo de algumas montanhas ou à beira do mar onde a rebentação das ondas nos invade de tranquilidade.
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segunda-feira, março 26, 2007
Reino vegetal
Um povo que acha que Salazar foi o maior português de sempre, é demasiado baixo e pequeno. Provavelmente, nem existe, vegeta, é um povo repolho e sem memória. É um povo que emprenha de ouvido. Primeiro, ouviu os telejornais que anunciaram as grandes obras e idolatraram o Chefe, depois, os outros que anunciam as desgraças de todos os dias, o rol sem fim dos corruptos e inseguranças de cada dia. Realmente ninguém lhes mostra, por exemplo, a descida vertiginosa da mortalidade infantil depois de Abril. Se calhar é por terem saudades do tempo em que Portugal era um alto produtor de anjinhos.
Esta comunicação social que amedronta, que desmotiva, que faz a apologia permanente da submissão ao poder reinante do liberalismo, tem um poder obscurantista em nada menor que o do fascismo. O resultado é a criação desta opinião pública que tem a sabedoria das couves.
Esta comunicação social que amedronta, que desmotiva, que faz a apologia permanente da submissão ao poder reinante do liberalismo, tem um poder obscurantista em nada menor que o do fascismo. O resultado é a criação desta opinião pública que tem a sabedoria das couves.
domingo, março 25, 2007
Uma semana.
1. Quando numa universidade privada se instala a confusão dos lucros e poderes e os dirigentes são presos, quem sofre são os alunos e os pais que pagam as propinas. É claro, que os contribuintes também devem ficar com algum prejuízo. Mas no final das contas, as perdas acabarão por traduzir-se em prejuízos financeiros e pouco mais. O problema pode ser completamente diferente se pensarmos o que pode ocorrer em hospitais privados geridos pelo objectivo do lucro dos privados. Aí o prejuízo pode ir além do financeiro e depois nem os tribunais ressuscitarão os prejudicados.
Só a propósito de que há coisas que devem manter-se no campo do público, há bens que são de alto risco.
2. Absolutamente razoável, apesar de tudo, que se chamem restaurantes às casas de pasto, envelopes aos sobrescritos, cicerone aos guias, comité à comissão, ecrã à pantalha, blague à graça, sucesso ao êxito e por aí fora que a lista é longa. Na verdade, foram os franceses que se lembraram de ir comer fora e criar aqueles os continentes das cartas e etc.
Agora rebaptizar o Algarve de Allgarve já começa a ser como chamar fishcake às pataniscas e isso não vale! Nem a fúria cega anti-árabe, explica certas inovações.
3. Li num Jornal de fim de semana esta história heróica com fim feliz(?):
Horácio Francisco: «Hélder Amaral mandou-lhe com a mão ao ombro e agarrou-a pelo braço, enquanto todos se levantavam para a apupar. Saltei da cadeira, tirei-a da sala e levei-a para o corredor onde falou com os jornalistas. Depois, levei-a para o quarto«, assegura. Assegurou e a história fica por aqui. Basta de pormenores e mau gosto.
4. Como o GWBush, também o senhor (engenheiro) Sócrates, quando visita as escolas afirmando a sua paixão pela Educação, refere que em Portugal qualquer licenciado com 12 pela Universidade Independente pode chegar a Primeiro Ministro. Francamente estimulante!
O Brel tinha um país chato, o meu, além de chato, é pequenino e baixinho.
Só a propósito de que há coisas que devem manter-se no campo do público, há bens que são de alto risco.
2. Absolutamente razoável, apesar de tudo, que se chamem restaurantes às casas de pasto, envelopes aos sobrescritos, cicerone aos guias, comité à comissão, ecrã à pantalha, blague à graça, sucesso ao êxito e por aí fora que a lista é longa. Na verdade, foram os franceses que se lembraram de ir comer fora e criar aqueles os continentes das cartas e etc.
Agora rebaptizar o Algarve de Allgarve já começa a ser como chamar fishcake às pataniscas e isso não vale! Nem a fúria cega anti-árabe, explica certas inovações.
3. Li num Jornal de fim de semana esta história heróica com fim feliz(?):
Horácio Francisco: «Hélder Amaral mandou-lhe com a mão ao ombro e agarrou-a pelo braço, enquanto todos se levantavam para a apupar. Saltei da cadeira, tirei-a da sala e levei-a para o corredor onde falou com os jornalistas. Depois, levei-a para o quarto«, assegura. Assegurou e a história fica por aqui. Basta de pormenores e mau gosto.
4. Como o GWBush, também o senhor (engenheiro) Sócrates, quando visita as escolas afirmando a sua paixão pela Educação, refere que em Portugal qualquer licenciado com 12 pela Universidade Independente pode chegar a Primeiro Ministro. Francamente estimulante!
O Brel tinha um país chato, o meu, além de chato, é pequenino e baixinho.
segunda-feira, março 19, 2007
Não batam com (as) Portas
A praia del rey tem sido até agora um sítio pacato, onde a segurança é um conceito meio desnecessário, um local onde posso sair de casa deixando a porta aberta. Ainda este fim-de-semana, por excesso de zelo, estive a fechar a porta da sala do meu vizinho, que estava escancarada ao sabor da entrada do meu cão mais novo, muito capaz de marcar o território sem ter dado o sinal ao senhor.
Por isso, estou preocupado com as notícias que referem ter este local sido invadido no último fim-de-semana por um bando de arruaceiros, que chegaram ao extremo de até bater em senhoras, que apesar do ar de tias, obviamente, não deixam de ter direito a ser poupadas à violência doméstica. Manifesto aqui o meu desagrado pela barbárie que se instalou e espero que se não volte a repetir.
Mais não posso que, publicamente, exigir à direcção do «resort» que reserve o direito de admissão, a bem da tranquilidade que se exige!
Por isso, estou preocupado com as notícias que referem ter este local sido invadido no último fim-de-semana por um bando de arruaceiros, que chegaram ao extremo de até bater em senhoras, que apesar do ar de tias, obviamente, não deixam de ter direito a ser poupadas à violência doméstica. Manifesto aqui o meu desagrado pela barbárie que se instalou e espero que se não volte a repetir.
Mais não posso que, publicamente, exigir à direcção do «resort» que reserve o direito de admissão, a bem da tranquilidade que se exige!
terça-feira, março 13, 2007
Cisma necessário
E depois, com o apoio da cacicagem local, vá de exigir ao Governo que pague a despesa, não? Ou pode tratar-se de uma estratégia pensada para entregar poder aos privados e ser essa a causa de alguns encerramentos. Há partes da história que ficam sempre escondidas por trás de aparentes boas medidas ou será apenas paranóia minha? Mas de uma vez por todas, era bom separar as águas e quem recorre ao privado devia estar out do SNS (com os eventuais benefícios fiscais). Tudo o mais pode sempre ser promiscuidade e ser de seriedade duvidosa. Outra vez a história da mulher do outro.
segunda-feira, março 12, 2007
Dilemas da Comissão
Nos processos de decisão política, não decidir alterar, não deixa de ser decidir, é optar pela situação. Não decidir, não havendo evidência de risco de utilização de fármacos semelhantes decorrentes da mudança de marca, que deve ser fornecido ao doente, comparticipado a 100%, o fármaco mais barato em cada momento, é manter a decisão da fidelidade à marca, tão ao gostos das Farmacêuticas. Esta é uma decisão potencialmente tão grave ou mais ainda do que a decisão contrária, que é baseada na evidência da ausência do risco. É a decisão pelo despesismo, possível quando se não paga directamente a conta.
Peça-se o parecer especializado da ausência de risco, depois aceite-se. Isso não diminui a nossa condição.
Peça-se o parecer especializado da ausência de risco, depois aceite-se. Isso não diminui a nossa condição.
sábado, março 10, 2007
A mulher de César
Qual o motivo para se não seguirem directrizes cientificamente comprovadas, com racionalidade custo-eficiência e cada um continuar a fazer o que lhe dá na gana?
Profissão curiosa esta em que, cada vez mais, nos tornamos em meros consumidores da tecnologia e dos medicamentos. Mas, ao contrário do que acontece quando se consome um qualquer bem, em que o consumidor é o pagador, nesta actividade de consumir, há outro que paga a conta. Pior ainda, quando num mundo de maravilha, se ganha objectivamente com o consumo. Sobretudo, porque é o tal outro que paga a conta.
É uma espécie de alguém nos convidar para um almoço e, nós, por sermos amigos do dono do restaurante, mandarmos vir o vinho mais caro. Vale a ética, a superioridade moral da profissão, sempre a defender o superior interesse do doente ou isto seria ruinoso. Só que cada um compra a ética que quer e talvez o interesse do pagador estivesse mais acautelado se não estivesse exclusivamente dependente da ética de cada um. Assim, de certeza, que há sempre alguns que se lixam neste processo. Não deverá a mulher de César ser mais do que ser séria?
Profissão curiosa esta em que, cada vez mais, nos tornamos em meros consumidores da tecnologia e dos medicamentos. Mas, ao contrário do que acontece quando se consome um qualquer bem, em que o consumidor é o pagador, nesta actividade de consumir, há outro que paga a conta. Pior ainda, quando num mundo de maravilha, se ganha objectivamente com o consumo. Sobretudo, porque é o tal outro que paga a conta.
É uma espécie de alguém nos convidar para um almoço e, nós, por sermos amigos do dono do restaurante, mandarmos vir o vinho mais caro. Vale a ética, a superioridade moral da profissão, sempre a defender o superior interesse do doente ou isto seria ruinoso. Só que cada um compra a ética que quer e talvez o interesse do pagador estivesse mais acautelado se não estivesse exclusivamente dependente da ética de cada um. Assim, de certeza, que há sempre alguns que se lixam neste processo. Não deverá a mulher de César ser mais do que ser séria?
sexta-feira, março 09, 2007
Dito, de Graças
Sorte a minha, esta de acordar com pena do mundo, sem a necessidade que ele tenha pena de mim.
quinta-feira, março 08, 2007
Batotas privadas, públicos resultados
Cada uma por sua vez, vão desfilando e caindo, uma a uma devoradas pelo que deixam em nós. Há muito que não tinha esta emoção dos exames, as dúvidas do que poderá ser perguntado, de saber se o trabalho realizado foi bastante. Só agora tomo consciência que gente de cabelos brancos, respeitáveis dirigentes, sacam dos pequenos papelinhos que lhes ajudam as memórias ou fazem o pobre assistente vigilante lembrar que o teste é sem consulta, inclusivamente aos parceiros do lado...
Mas ninguém leva nada a sério? Está-lhes no software mental.
Mas ninguém leva nada a sério? Está-lhes no software mental.
terça-feira, março 06, 2007
Bem, obrigado
Como estás?... Vamos andando! ou então, na versão mais estática, Cá estamos! O Bem, obrigado, deixou de ser aceitável. A norma é não se estar bem e ir andando, na ideia do movimento omnipresente, nesta impossibilidade de estar em reflexão. Mesmo o cá estamos, mais não é do que uma paralisia, uma demissão e nunca um espaço de meditação.
Em resumo, uma forma de estar infeliz, dominada por movimento sem destino, sem projecto ou então por um estar alienado, parado no tempo e no espaço.
Eu, bem, muito obrigado, mesmo rodeado por este estado de coisas. Ainda me reservo o tempo para estar.
Em resumo, uma forma de estar infeliz, dominada por movimento sem destino, sem projecto ou então por um estar alienado, parado no tempo e no espaço.
Eu, bem, muito obrigado, mesmo rodeado por este estado de coisas. Ainda me reservo o tempo para estar.
sexta-feira, março 02, 2007
Coitados do mundo
Subitamente, no consultório do lado uma berraria e bater de portas: JA LHE DISSE QUE O NÃO VEJO, PORRA! Chique!
Já não me lembro há quanto tempo foi o último dia em que nas notícias, não houve uma referência destas. É como noticiar a nossa guerra civil das estradas em que todos os dias vão mais 3. Mas arrepia imaginar que ora em Benfica, ora em Alvalade, ora na Madragoa, ora em Alfama, regularmente, com precisão diária, em Lisboa, um carro explodisse e levasse mais uns quantos.
Desanimados desta terra, é preciso sentir a sorte de aqui estar. Tudo é relativo e, cada um de nós, é excessivamente pequeno para andar zangado com a vida sem motivo, na verdade.
Já não me lembro há quanto tempo foi o último dia em que nas notícias, não houve uma referência destas. É como noticiar a nossa guerra civil das estradas em que todos os dias vão mais 3. Mas arrepia imaginar que ora em Benfica, ora em Alvalade, ora na Madragoa, ora em Alfama, regularmente, com precisão diária, em Lisboa, um carro explodisse e levasse mais uns quantos.
Desanimados desta terra, é preciso sentir a sorte de aqui estar. Tudo é relativo e, cada um de nós, é excessivamente pequeno para andar zangado com a vida sem motivo, na verdade.
quinta-feira, março 01, 2007
Notas breves
Vai rápido o tempo, comigo a passar por ele. Provavelmente, este é o tempo que a maioria das pessoas têm, mas eu não estou habituado. Gosto de ter tempo para o tempo, para o ver. Não tem estado fácil.
Uma aposta, logo se vê. As apostas ou se ganham ou se perdem. Mas têm sempre um momento de prazer, só pelo facto de se apostar.
Vem aí o salvador, anunciou hoje. PP está de volta, o super Sebastião. E nem houve nevoeiro. As peixeiras e vendedoras de feira rejubilam.
Uma aposta, logo se vê. As apostas ou se ganham ou se perdem. Mas têm sempre um momento de prazer, só pelo facto de se apostar.
Vem aí o salvador, anunciou hoje. PP está de volta, o super Sebastião. E nem houve nevoeiro. As peixeiras e vendedoras de feira rejubilam.
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