segunda-feira, setembro 04, 2006

Produtividade para quê?

Poderá chocar gestores politicamente correctos que se promova uma marcha pelo emprego em vez de se promover uma pela produtividade. Na verdade, precisamos de um país mais produtivo gerador de mais riqueza para, globalmente, podermos viver melhor.
Já em tempos vi, trabalhadores oferecerem dias de trabalho ao seu país. Era o tempo em que outros emigravam, espoliando, literalmente, o país. São, muitas vezes, os que agora pugnam pela produtividade e vão apresentando lucros escandalosos da sua actividade. Continuam a espoliar de uma forma despudorada como verdadeiros carteiristas (Jerónimo de Sousa encontrou a expressão certa!)com protecção estatal, demonstrando que os barbudos teóricos tinham razão quando diziam que o Estado mais não é que a ditadura da classe dominante.
Mas enquanto se assiste a este roubo descarado, aumenta o desemprego e todas as consequências que arrasta atrás de si. Por isso, parece amplamente justificável que se façam marchas pelo emprego, pois não estamos todos no mesmo barco ou estando, uns vão no convés superior e outros no porão amontoados. É preciso contenção nos andares de cima, perda de privilégios a esse nível e não a sua ampliação. Na verdade, o aumento da produtividade não se faz para que alguns comam mais bolo deixando aos outros as migalhas que vão caindo distraídas. Para esse peditório já muito se deu, é tempo de mudar o rumo. De outra forma sempre se perguntará, produtividade para quê?

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