sábado, agosto 12, 2006

Um dia... tem de ser mais cedo!

Acostumados aos fogos, aos mortos diários no Líbano, que quase já não contamos os do Iraque, aos medos das explosões dos aviões, seguimos. Cada vez há mais um estar acostumado a não viver, tal é a chegada das sempre mesmas notícias dos roubos, das guerras, das catástrofes naturais e das artificiais também. Aos poucos fica-se contente com a sobrevivência, com o ter-se escapado (da vida?). Dão-se graças a Deus por se estar vivo, sem que se entenda muito bem a utilidade da coisa. O grau de exigência com a vida vai-se reduzindo, fica-se dócil com a ideia do escapar do desastre, com a reacção possível, sem a acção necessária. Tudo isto é feito em nome de um Deus maior, um sentido de evolução com rumo não precisado, para um fim de história a que, querem convencer-nos, já chegámos, levados na vereda de sentido único do liberalismo, cegos de procurar outros carreiros. Mas lá que os há, há. Ou nada disto teria sentido. No limite, é esta esperança que nos move e mantém, mas a acção é necessária, muito rapidamente. Percebo, que nesta coisa, também´deve haver um ponto de espiral descendente e irreversível, de onde já não é possível fugir-se. A angústia é a não percepção dessa realidade, a tolerância com facínoras embushados nas decisões do Império, com fascistas sionistas, com as terceiras vias decadentes do blairismo, com a paralisia continental da Europa adormecida pela canção do bandido americano.

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