quarta-feira, agosto 23, 2006

Cartazes e desporto

A propósito de um «protesto» a um dos meus protestos recentes, deixo aqui a definição de Desporto de acordo com a Wikipedia:
Um desporto é uma atividade física geralmente sujeita a determinados regulamentos. Para ser desporto tem que haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras instituídas por um confederação regente e competitividade entre opostos. Algumas modalidades esportivas se praticam mediante veículos ou outras máquinas que não requerem realizar esforço, em cujo caso é mais importante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Idealmente o esporte diverte e entretém, e constitui uma forma metódica e intensa de um jogo que tende à perfeição e à coordenação do esforço muscular tendo em vista uma melhoria física e espiritual do ser humano. As modalidades desportivas podem ser coletivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversário.
Também podemos definir desporto como um fenômeno sócio-cultural, que envolve a prática voluntária de atividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores. Além de ser uma forma de criar uma identidade desportiva para um inclusão social.
A atividade desportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde em âmbito educacional, pela aplicação de conhecimento especializado em complementação a interesses voluntários de uma comunidade não especializada.

Fica claro, que o objectivo do desporto deve ser a promoção da saúde, a melhoria das mentes em corpos sãos e, em nenhum lugar, compete ao desporto a promoção do que quer que seja. Embora o desporto possa ter uma componente de competição, será abusivo confundir as duas realidades. A competição em si não é desporto, obviamente. A competição serve os desportistas de bancada e muito mais quem em nome deles, usando despudoradamente o termo desporto, usa a competição para alienar as massas, vende os valores e prospera à custa dos artistas, que, submetidos a ritmos desumanos de trabalho acabam frequentemente nas malhas da batota da dopagem ou com doenças graves induzidas pela prática de modalidades que pretensamente lhes deveriam beneficiar a saúde. Segundo a prática mais corrente, hoje em dia, parece até que a competição é a negação do desporto.
Por isso, ir de Cascais ao Guincho de bicicleta parece-me ser desporto. Andar na torreira do Alentejo às 3 da tarde é outra coisa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Certo... o que usa o atleta física e comercialmente não deve ser considerado desporto... mas o que percebi ser a bottom line do "protesto" é que a competição no ciclismo não é mais cruel que outras, por nos entrar pelos olhos dentro as condições adversas que é preciso impôr para distinguir o muito bom do melhor. Uma corrida no tartan em apenas 9.77 segundos, que nem dá para aquecer, um par de piscinas em água fresquinha num estilo tão eclético como bruços, ou ainda meia dúzia de piruetas nos aparelhos ou no praticável de um pavilhão com ar condicionado, não deixam de sujeitar o atleta a situações menos exigentes nos bastidores. Existe menor exploração comercial dos desportistas no atletismo, natação, ginástica e em todos os outros desportos? Enganam-se...!
Mas nisto devemos estar todos mais ou menos de acordo! O que importa ver comentado é se o povo de Setúbal tem ou não o direito de escolher um presidente, legítimo, como o Português tinha de não levar com o Santana! ;)
Um abraço!

FB disse...

Mal vão as coisas quando as pessoas escolhem os intérpretes e não os programas. Pior ainda vão as coisas quando os escolhidos interpretam erradamente os programas e os guionistas, ao verem o desvio da interpretação dos textos, os não os substituem. Muito pior seria se os maus intérpretes não tivessem a humildade democrática de aceitar a sua substituição. Ninguém é insubstituível, mas às vezes é possível escolher os actores errados para o papel. Nesses casos, mudar o elenco é bastante para que outros tenham uma melhor interpretação dos textos.

Anónimo disse...

Se os programas são mais importantes que os intépretes? Sem dúvida alguma!! Só é pena então que os verdadeiros guionistas não assumam que houve uma má interpretação do papel por parte do intéprete, mas que em vez disso digam que a câmara de Setúbal representa um grande desafio e que por isso é preciso renovar as energias. É o tal discurso que não precisava de ser farsola, como comentei um par de posts abaixo, porque a verdadeira justificação seria desculpavel mais que não fosse pela honestidade. É natural que, não havendo essa transparência, outros surjam com melhores interpretações dos factos... Só por culpa própria as críticas aparecem, na minha opinião.

Os programas são de facto mais importantes que os intérpretes. Mas assim sendo - os intérpretes tão insignificantes ao lado dos programas - pergunto-me o que faltará a alguns (coragem e humildade reconheco-lhe bastante) para que, já tendo assumido a substituição, não permitam que os novos intépretes apareçam e dêem a cara pelo programa.