quarta-feira, outubro 29, 2003

O dilema de Israel

Uma guarda de porcos ou uma vara contra os palestinianos!

Para me lembrar quando a notícia da SIC desaparecer, aqui se reproduz:
Até agora, os colonatos judeus eram guardados por homens armados e por cães de guarda.

O Batalhão Hebreu - uma organização que fornece cães de guarda aos colonatos - lembrou-se, no entanto, de substituir os caninos por suínos na protecção contra os palestinianos.

As razões alegadas são fundamentalmente três:


Os porcos têm um faro mais apurado que os cães;

Conseguem identificar a presença de armas a longa distância;

São capazes de seguir o trilho de um terrorista.


Há, no entanto, um outro argumento, de cariz religioso e eventualmente mais forte, na base da decisão desta organização: à luz do Islão, estes animais são considerados perigosos.

"Segundo a fé muçulmana, um terrorista que tocar num porco perde todo o direito de encontrar 70 virgens no céu", explica Ben-Yaakov, chefe do Batalhão Hebreu.

Assim sendo, o afastamento de palestinianos dos colonatos judeus poderá estar melhor assegurado, considera esta organização israelita.

Rabis dão luz verde

Mas os porcos são, porém, vistos como um animal impuro à luz da doutrina judaica, pelo que Ben-Yaakov, chefe da organização, teve de pedir uma autorização especial a um grupo de rabis, para poder começar a treinar uma legião se "suínos de guarda".

Os rabis citaram uma passagem da Bíblia que permite acções outrora proibidas, desde que as mesmas tenham como objectivo salvar vidas.

"É claro que, num caso como este, a proibição que foi imposta quanto ao crescimento de porcos em Israel não se aplica", explicou Daniel Shilo, do Conselho Rabínico Yesha.

Os militares torcem o nariz à medida, alegando que será "difícil" treinar um animal "impuro".


Correio: fernandobatista@netcabo.pt

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