No Barnabé já há alguns dias
História de Martins da Cruz contada às crianças
Era uma vez um senhor que queria ser primeiro-ministro. Esperou, esperou. Mas, entretanto, tinha de trabalhar para ganhar dinheiro. Houve um senhor muito bonzinho, dono de um banco, chamado Ricardo Salgado, que lhe arranjou um emprego. E houve outro, também muito bonzinho, que o deixou, a ele e alguns amigos dele, trabalharem na Universidade dele.
Alguns anos depois, o senhor que queria ser primeiro-ministro conseguiu finalmente cumprir o seu sonho. E como estava muito agradecido ao senhor da Universidade, deu-lhe um lugar de ministro. Mas o senhor da Universidade tinha uma filha de quem gostava muito, mesmo muito. A catraia estava sempre a arranjar-lhe problemas. Ficava na casa das embaixadas mesmo depois do pai ir embora e a casa já não ser dele, queria ser médica, mesmo não tendo notas para entrar na Universidade. Como o senhor que já era ministro gostava muito dela, fazia-lhe sempre as vontades. Foi assim que pediu a um outro senhor para fazer uma lei só para ela. O outro senhor queria trabalhar lá no ministério e sair dum emprego fraquinho que tinha, com um ministro que tratava das universidades e que era um bocadinho totó.
Então, esse senhor que estava à procura de um novo emprego fez tudo para a menina entrar na Universidade. Foi muito mau e enganou o seu chefe, de quem era amigo há mais de 30 anos e que lhe tinha dado aquele emprego que, sendo fraquinho, era honesto. Mas a menina era muito traquina e quando conseguiu entrar na Universidade disse aos amigos. Os senhores das televisões ficaram a saber tudo e foram contar a toda a gente.
Quando isto se soube, o chefe do senhor que queria um emprego novo teve de dizer que a culpa era dele e despedir-se. O pai da menina disse que, palavra de honra, não tinha nada a ver com a história. E o primeiro-ministro não se esqueceu quem o ajudou quando precisou de ajuda. Por isso não mandou embora o pai da menina. A menina, coitadinha, é que teve de ir estudar para o estrangeiro.
Moral da história: Para o mal e para o bem, pensa sempre a quem dás emprego.
Mas terá mesmo sido a menina traquina que foi contar a história ou alguém que não gosta muito do pai da menina quiz repor a Verdade? Na verdade, a história não acaba. Vai-se fazendo, ora com verdades, ora com mentiras, mas cá a vamos fazendo.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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