Não há notícias. Acabaram os factos políticos e a agenda política. Nem as eleições do Benfica têm interesse. No meio do deserto só esta me fez sorrir:
Alguns dos doentes de Rui Frade terão sido recomendados pelo consultório do psiquiatra Daniel Sampaio. À SIC, o psiquiatra admitiu que conhece Rui Frade, mas recusou-se a prestar mais declarações. Rui Frade garante que é seu colaborador.
Ainda vou começar a fazer um evening blog...
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
quinta-feira, outubro 30, 2003
quarta-feira, outubro 29, 2003
O dilema de Israel
Uma guarda de porcos ou uma vara contra os palestinianos!
Para me lembrar quando a notícia da SIC desaparecer, aqui se reproduz:
Até agora, os colonatos judeus eram guardados por homens armados e por cães de guarda.
O Batalhão Hebreu - uma organização que fornece cães de guarda aos colonatos - lembrou-se, no entanto, de substituir os caninos por suínos na protecção contra os palestinianos.
As razões alegadas são fundamentalmente três:
Os porcos têm um faro mais apurado que os cães;
Conseguem identificar a presença de armas a longa distância;
São capazes de seguir o trilho de um terrorista.
Há, no entanto, um outro argumento, de cariz religioso e eventualmente mais forte, na base da decisão desta organização: à luz do Islão, estes animais são considerados perigosos.
"Segundo a fé muçulmana, um terrorista que tocar num porco perde todo o direito de encontrar 70 virgens no céu", explica Ben-Yaakov, chefe do Batalhão Hebreu.
Assim sendo, o afastamento de palestinianos dos colonatos judeus poderá estar melhor assegurado, considera esta organização israelita.
Rabis dão luz verde
Mas os porcos são, porém, vistos como um animal impuro à luz da doutrina judaica, pelo que Ben-Yaakov, chefe da organização, teve de pedir uma autorização especial a um grupo de rabis, para poder começar a treinar uma legião se "suínos de guarda".
Os rabis citaram uma passagem da Bíblia que permite acções outrora proibidas, desde que as mesmas tenham como objectivo salvar vidas.
"É claro que, num caso como este, a proibição que foi imposta quanto ao crescimento de porcos em Israel não se aplica", explicou Daniel Shilo, do Conselho Rabínico Yesha.
Os militares torcem o nariz à medida, alegando que será "difícil" treinar um animal "impuro".
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Para me lembrar quando a notícia da SIC desaparecer, aqui se reproduz:
Até agora, os colonatos judeus eram guardados por homens armados e por cães de guarda.
O Batalhão Hebreu - uma organização que fornece cães de guarda aos colonatos - lembrou-se, no entanto, de substituir os caninos por suínos na protecção contra os palestinianos.
As razões alegadas são fundamentalmente três:
Os porcos têm um faro mais apurado que os cães;
Conseguem identificar a presença de armas a longa distância;
São capazes de seguir o trilho de um terrorista.
Há, no entanto, um outro argumento, de cariz religioso e eventualmente mais forte, na base da decisão desta organização: à luz do Islão, estes animais são considerados perigosos.
"Segundo a fé muçulmana, um terrorista que tocar num porco perde todo o direito de encontrar 70 virgens no céu", explica Ben-Yaakov, chefe do Batalhão Hebreu.
Assim sendo, o afastamento de palestinianos dos colonatos judeus poderá estar melhor assegurado, considera esta organização israelita.
Rabis dão luz verde
Mas os porcos são, porém, vistos como um animal impuro à luz da doutrina judaica, pelo que Ben-Yaakov, chefe da organização, teve de pedir uma autorização especial a um grupo de rabis, para poder começar a treinar uma legião se "suínos de guarda".
Os rabis citaram uma passagem da Bíblia que permite acções outrora proibidas, desde que as mesmas tenham como objectivo salvar vidas.
"É claro que, num caso como este, a proibição que foi imposta quanto ao crescimento de porcos em Israel não se aplica", explicou Daniel Shilo, do Conselho Rabínico Yesha.
Os militares torcem o nariz à medida, alegando que será "difícil" treinar um animal "impuro".
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Até quando?
Invadido por uma preguiça súbita nesta terra de desencanto, onde nada acontece. Por isso dias em branco no bloque.
«Só neste país!» um desabafo ouvido ao pequeno-almoço. Sempre esta ideia de que não somos o país, essa coisa indefinida que continua a ser pertença de algum poder oculto quase 30 anos depois. Até quando? Quando voltaremos a ser cidadãos?
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
«Só neste país!» um desabafo ouvido ao pequeno-almoço. Sempre esta ideia de que não somos o país, essa coisa indefinida que continua a ser pertença de algum poder oculto quase 30 anos depois. Até quando? Quando voltaremos a ser cidadãos?
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domingo, outubro 26, 2003
Objectivamente
JPP e MRS comentam com toda a objectividade a situação política em Portugal. Ainda bem que a isenção é critério! Valeu ter ido ver a Domadora Baleias e aquela vaia maior que o próprio Estádio da Luz. Na Catedral, Durão Barroso sorriu nervoso e quase caíu ou tropeçou pelo menos...
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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sábado, outubro 25, 2003
Siga a festa
Depois do discurso do Senhor Presidente parece que a calma voltou à terra. Apesar dos desabafos narcísicos do Manuel Maria. E hoje será dia de se falar da inauguração da Catedral aqui ao pé de casa. Deve chegar para encher os telejornais. Hoje os políticos devem poder descansar e encontrarem-se todos na bancada VIP.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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sexta-feira, outubro 24, 2003
Formação pós-graduada
Estas reuniões de formação pós-graduada são cada vez mais deprimentes. Na sala estão os prelectores, alguns internos mais ou menos obrigados e pessoal auxiliar. Eventualmente, alguns médicos amigos do promotor na estratégia ora agora levas-me tu, ora agora trago-te eu. Depois cumprimentamo-nos muito e felicitamo-nos e desejamos que tudo continue. Pois que continuem a aparecer medicamentos novos cada vez mais caros para que o investimento seja compensador nestas reuniões de (não sei se diga...) drug dealers.
Os temas são sempre os mesmos: a acromegalia, a terapêutica da obesidade (como se existisse alguma), o tratamento da baixa estatura (como se fosse doença) e da diabetes (como se ainda houvesse novidades). Uma nascente de fármacos novos a precisarem de ser vendidos! Eu não acredito que neste país com reuniões destas todos os fins de semana, ainda haja algum médico que já não saiba esta treta toda de cor!
Mas quando aquele cirurgião defendeu a compra e venda das bandas gástricas adorei. Os maus do Governo ou das SA não querem pagar, quando aquilo até é bom para o Hospital... E para os doentes, claro, sobretudo e até para mais ninguém, obviamente. Não podemos voltar para trás! Para os tempos de fome e da magreza. Claro, é fartar vilanagem, que no fim há sempre uma banda que espera por si. Essas coisas da prevenção são muito bonitas mas o progresso é o progresso e o modelo americano... Modelo americano, ora aí está. É exactamente aí que bate o ponto: o caminho é não ir por aí! O modelo está errado! O MODELO ESTÁ ERRADO! Alguém ouve? É preciso dizer às pessoas que está errado, que o caminho é outro. Depois as pessoas irão dizer aos senhores da política que não senhor, que esse modelo mítico é uma merda e que não votarão neles se eles não o rejeitarem e depois já é fácil. O dinheiro começará a ser investido onde deve ser. Curioso que na Holanda e nos países nórdicos a obesidade não aumenta estupidamente!
Por cá o negócio é promissor. A fazer fé nos resultados apresentados, teremos cerca de 40000 supergordos neste país. Logo, a solução será criar-se uma especialidade e serviços só para os cuidar, onde só se faça este tipo de tratamento. Vão ter para aí umas 200000 consultas e ainda há quem diga que isto é para especialistas!!! Será mas para esses superespecialistas em supergordos. Que tem a ver com isto a endocrinologia?
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Os temas são sempre os mesmos: a acromegalia, a terapêutica da obesidade (como se existisse alguma), o tratamento da baixa estatura (como se fosse doença) e da diabetes (como se ainda houvesse novidades). Uma nascente de fármacos novos a precisarem de ser vendidos! Eu não acredito que neste país com reuniões destas todos os fins de semana, ainda haja algum médico que já não saiba esta treta toda de cor!
Mas quando aquele cirurgião defendeu a compra e venda das bandas gástricas adorei. Os maus do Governo ou das SA não querem pagar, quando aquilo até é bom para o Hospital... E para os doentes, claro, sobretudo e até para mais ninguém, obviamente. Não podemos voltar para trás! Para os tempos de fome e da magreza. Claro, é fartar vilanagem, que no fim há sempre uma banda que espera por si. Essas coisas da prevenção são muito bonitas mas o progresso é o progresso e o modelo americano... Modelo americano, ora aí está. É exactamente aí que bate o ponto: o caminho é não ir por aí! O modelo está errado! O MODELO ESTÁ ERRADO! Alguém ouve? É preciso dizer às pessoas que está errado, que o caminho é outro. Depois as pessoas irão dizer aos senhores da política que não senhor, que esse modelo mítico é uma merda e que não votarão neles se eles não o rejeitarem e depois já é fácil. O dinheiro começará a ser investido onde deve ser. Curioso que na Holanda e nos países nórdicos a obesidade não aumenta estupidamente!
Por cá o negócio é promissor. A fazer fé nos resultados apresentados, teremos cerca de 40000 supergordos neste país. Logo, a solução será criar-se uma especialidade e serviços só para os cuidar, onde só se faça este tipo de tratamento. Vão ter para aí umas 200000 consultas e ainda há quem diga que isto é para especialistas!!! Será mas para esses superespecialistas em supergordos. Que tem a ver com isto a endocrinologia?
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quarta-feira, outubro 22, 2003
Optimismo como programa
Antes de mais, deve ter-se uma atitude optimista. Qualquer outra, acaba por nos roubar para a inutilidade algum do tempo escasso em que navegamos. E já é tão pouco.
É muito gratificante encontrar pela manhã um doente recuperado, com ar de quem ainda atordoado, não percebeu que lhe terá acontecido para finalmente ter dormido e acordar com energia. Santos corticóides! Esta (a Endocrinologia) é uma especialidade pequena com grandes gratificações. Não vale a pena hipertrofiá-la contranatura, ela é suficiente em si. O resto são estratégias de poder.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
É muito gratificante encontrar pela manhã um doente recuperado, com ar de quem ainda atordoado, não percebeu que lhe terá acontecido para finalmente ter dormido e acordar com energia. Santos corticóides! Esta (a Endocrinologia) é uma especialidade pequena com grandes gratificações. Não vale a pena hipertrofiá-la contranatura, ela é suficiente em si. O resto são estratégias de poder.
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terça-feira, outubro 21, 2003
Descompresssão
Andei pelas nuvens depois de uma noite mal dormida. O pequeno prazer de conseguir quase perceber num só dia o que tem um doente neste hospital onde trabalho. Era assim mais ou menos que isto poderia funcionar, como uma rotina mais ou menos. Era simples e é de coisas simples que gosto. As condições estão lá, essa a vantagem insuperável que tem esta casa.
Que nos esperará?
Escrevi mais uma carta rude às forças do bloqueio...
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Que nos esperará?
Escrevi mais uma carta rude às forças do bloqueio...
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segunda-feira, outubro 20, 2003
Em boa hora PP
Saúde tem de ser responsabilidade dos Estados
Os estados têm de assumir responsabiliddaes na prestação de serviços públicos essenciais, entre os quais a saúde. Deixar tudo à inciativa privada seria um erro. Nenhum país consegui melhorar a qualidade da educação primária nem reduzir a mortalidade infantil sem a intervenção e ajuda do Governo. Mais:«a participação do sector privado na saúde, na educação e nas infra-estruturas não deixa de pôr problemas, sobretudo quando se trata de fornecer serviços aos pobres». A erradicação do analfabetismo, a prestação de cuidados de saúde de qualidade e o acesso a serviços essenciais como a água potável, o saneamento básico e a electricidade são fundamentais para diminuir o número de pobres, não bastando incrementar o crescimento económico».
Basta de subversão! Não foi para ouvir isto que estamos em democracia! O que vale é que os jovens hoje foram todos ver os quartéis e cantar o hino de mão no peito por convite, com obrigatoriedade de aceitação, feito pelo grande líder PP. Não fosse isso e teríamos corrido o risco de alguns terem conspurcado os castos ouvidos e olhos com o texto do Banco Mundial acima citado.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Os estados têm de assumir responsabiliddaes na prestação de serviços públicos essenciais, entre os quais a saúde. Deixar tudo à inciativa privada seria um erro. Nenhum país consegui melhorar a qualidade da educação primária nem reduzir a mortalidade infantil sem a intervenção e ajuda do Governo. Mais:«a participação do sector privado na saúde, na educação e nas infra-estruturas não deixa de pôr problemas, sobretudo quando se trata de fornecer serviços aos pobres». A erradicação do analfabetismo, a prestação de cuidados de saúde de qualidade e o acesso a serviços essenciais como a água potável, o saneamento básico e a electricidade são fundamentais para diminuir o número de pobres, não bastando incrementar o crescimento económico».
Basta de subversão! Não foi para ouvir isto que estamos em democracia! O que vale é que os jovens hoje foram todos ver os quartéis e cantar o hino de mão no peito por convite, com obrigatoriedade de aceitação, feito pelo grande líder PP. Não fosse isso e teríamos corrido o risco de alguns terem conspurcado os castos ouvidos e olhos com o texto do Banco Mundial acima citado.
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domingo, outubro 19, 2003
Estou-me cagando...
Só para dizer que me estou cagando para os que se estão efectivamente cagando para o segredo de justiça e divulgam aos jornalistas para estes divulgarem à gente segredos que só à justiça interessam. Estou-me cagando também para os jornalistas que colaboram nestas merdas. E se todos o fizessemos, conseguiríamos fazer um monte suficientemente grande para entrar no guiness. Não sei é se ainda haveria jornalistas para dar a notícia ou se teriam ficado todos sufocados lá por baixo.
Mas desde quando é que um desabafo em privado, tem relevÂncia jornalística? País de cuscos!
Solidariedade com o Ferro Rodrigues!
Já estou farto de acessório. Não é necessário estra sempre a recorrer-se a estes truques para se não ter de explicar os problemas reais do país: porque temos mais desempregados, ordenados mais baixos, continuamos sem saúde, etc.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Mas desde quando é que um desabafo em privado, tem relevÂncia jornalística? País de cuscos!
Solidariedade com o Ferro Rodrigues!
Já estou farto de acessório. Não é necessário estra sempre a recorrer-se a estes truques para se não ter de explicar os problemas reais do país: porque temos mais desempregados, ordenados mais baixos, continuamos sem saúde, etc.
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sábado, outubro 18, 2003
Intrigado
Onde andarão as moscas quando chove?
Uma dúvida que sempre me assalta por estes dias, quando as não encontro à mesa para almoçar.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Uma dúvida que sempre me assalta por estes dias, quando as não encontro à mesa para almoçar.
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quinta-feira, outubro 16, 2003
Inquietação
Este é um monólogo com o futuro. Como será este fenómeno quando for sistematizável? Por enquanto, vou coleccionando as impressões ao fim do mês. Dentro de algum tempo, encherei um dossiê, que talvez me dê algum gozo a ler.
Há dias assim, que passam sem se dar por eles. Mas muito rápidos...
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Há dias assim, que passam sem se dar por eles. Mas muito rápidos...
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quarta-feira, outubro 15, 2003
Lucidez sff
A passividade com que vejo aceitar a ideia dos contratos de trabalho individuais irrita-me. Não consigo ficar indiferente, embora a coisa me não diga respeito. Então andamos tantas dezenas de anos a fazer conquistas sindicais, para agora acabar tudo, cada um por si? E a história oriental das varas, já não é falada nas escolas?
Depois são os problemas de saúde pública da nossa sociedade,a obesidade, a depressão. Por que há mais depressão agora? Porque cada vez isto tudo é menos tolerável? Se calhar não fomos geneticamente preparados para sermos seres isolados, não estamos adaptados às fúrias do liberalismo reinante. E comemos, comemos. E para que tudo fique perfeito, há uns senhores que procuram a cura com uma pílulas. Atolhamo-nos na abundância, paralisados por ritmos de trabalho insanos para descobrirmos as tais soluções que não mexem nas causas das coisas, seguindo sempre uma lógica de aumento progressivo de consumo, de todos os consumos. Para quando alguma lucidez?
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Depois são os problemas de saúde pública da nossa sociedade,a obesidade, a depressão. Por que há mais depressão agora? Porque cada vez isto tudo é menos tolerável? Se calhar não fomos geneticamente preparados para sermos seres isolados, não estamos adaptados às fúrias do liberalismo reinante. E comemos, comemos. E para que tudo fique perfeito, há uns senhores que procuram a cura com uma pílulas. Atolhamo-nos na abundância, paralisados por ritmos de trabalho insanos para descobrirmos as tais soluções que não mexem nas causas das coisas, seguindo sempre uma lógica de aumento progressivo de consumo, de todos os consumos. Para quando alguma lucidez?
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terça-feira, outubro 14, 2003
Sem título 2
Como é infinitamente maior a hora da descolagem em comparação com a da aterragem. Nas coisas mais pequenas todas as grandes contradições.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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Sem título
Cheguei a um estado em que anseio pelas horas de 90 minutos e não com esta brevidade que vão tendo.
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segunda-feira, outubro 13, 2003
Fui ler e achei lindo
No Barnabé já há alguns dias
História de Martins da Cruz contada às crianças
Era uma vez um senhor que queria ser primeiro-ministro. Esperou, esperou. Mas, entretanto, tinha de trabalhar para ganhar dinheiro. Houve um senhor muito bonzinho, dono de um banco, chamado Ricardo Salgado, que lhe arranjou um emprego. E houve outro, também muito bonzinho, que o deixou, a ele e alguns amigos dele, trabalharem na Universidade dele.
Alguns anos depois, o senhor que queria ser primeiro-ministro conseguiu finalmente cumprir o seu sonho. E como estava muito agradecido ao senhor da Universidade, deu-lhe um lugar de ministro. Mas o senhor da Universidade tinha uma filha de quem gostava muito, mesmo muito. A catraia estava sempre a arranjar-lhe problemas. Ficava na casa das embaixadas mesmo depois do pai ir embora e a casa já não ser dele, queria ser médica, mesmo não tendo notas para entrar na Universidade. Como o senhor que já era ministro gostava muito dela, fazia-lhe sempre as vontades. Foi assim que pediu a um outro senhor para fazer uma lei só para ela. O outro senhor queria trabalhar lá no ministério e sair dum emprego fraquinho que tinha, com um ministro que tratava das universidades e que era um bocadinho totó.
Então, esse senhor que estava à procura de um novo emprego fez tudo para a menina entrar na Universidade. Foi muito mau e enganou o seu chefe, de quem era amigo há mais de 30 anos e que lhe tinha dado aquele emprego que, sendo fraquinho, era honesto. Mas a menina era muito traquina e quando conseguiu entrar na Universidade disse aos amigos. Os senhores das televisões ficaram a saber tudo e foram contar a toda a gente.
Quando isto se soube, o chefe do senhor que queria um emprego novo teve de dizer que a culpa era dele e despedir-se. O pai da menina disse que, palavra de honra, não tinha nada a ver com a história. E o primeiro-ministro não se esqueceu quem o ajudou quando precisou de ajuda. Por isso não mandou embora o pai da menina. A menina, coitadinha, é que teve de ir estudar para o estrangeiro.
Moral da história: Para o mal e para o bem, pensa sempre a quem dás emprego.
Mas terá mesmo sido a menina traquina que foi contar a história ou alguém que não gosta muito do pai da menina quiz repor a Verdade? Na verdade, a história não acaba. Vai-se fazendo, ora com verdades, ora com mentiras, mas cá a vamos fazendo.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
História de Martins da Cruz contada às crianças
Era uma vez um senhor que queria ser primeiro-ministro. Esperou, esperou. Mas, entretanto, tinha de trabalhar para ganhar dinheiro. Houve um senhor muito bonzinho, dono de um banco, chamado Ricardo Salgado, que lhe arranjou um emprego. E houve outro, também muito bonzinho, que o deixou, a ele e alguns amigos dele, trabalharem na Universidade dele.
Alguns anos depois, o senhor que queria ser primeiro-ministro conseguiu finalmente cumprir o seu sonho. E como estava muito agradecido ao senhor da Universidade, deu-lhe um lugar de ministro. Mas o senhor da Universidade tinha uma filha de quem gostava muito, mesmo muito. A catraia estava sempre a arranjar-lhe problemas. Ficava na casa das embaixadas mesmo depois do pai ir embora e a casa já não ser dele, queria ser médica, mesmo não tendo notas para entrar na Universidade. Como o senhor que já era ministro gostava muito dela, fazia-lhe sempre as vontades. Foi assim que pediu a um outro senhor para fazer uma lei só para ela. O outro senhor queria trabalhar lá no ministério e sair dum emprego fraquinho que tinha, com um ministro que tratava das universidades e que era um bocadinho totó.
Então, esse senhor que estava à procura de um novo emprego fez tudo para a menina entrar na Universidade. Foi muito mau e enganou o seu chefe, de quem era amigo há mais de 30 anos e que lhe tinha dado aquele emprego que, sendo fraquinho, era honesto. Mas a menina era muito traquina e quando conseguiu entrar na Universidade disse aos amigos. Os senhores das televisões ficaram a saber tudo e foram contar a toda a gente.
Quando isto se soube, o chefe do senhor que queria um emprego novo teve de dizer que a culpa era dele e despedir-se. O pai da menina disse que, palavra de honra, não tinha nada a ver com a história. E o primeiro-ministro não se esqueceu quem o ajudou quando precisou de ajuda. Por isso não mandou embora o pai da menina. A menina, coitadinha, é que teve de ir estudar para o estrangeiro.
Moral da história: Para o mal e para o bem, pensa sempre a quem dás emprego.
Mas terá mesmo sido a menina traquina que foi contar a história ou alguém que não gosta muito do pai da menina quiz repor a Verdade? Na verdade, a história não acaba. Vai-se fazendo, ora com verdades, ora com mentiras, mas cá a vamos fazendo.
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Na consulta
- Pois é, o senhor devia deixar de fumar.
- A minha vida é complicada, sabe?
- Vou mostrar-lhe uma coisa. Ora veja, vamos pôr aqui os seus valores de idade, nível de colesterol, tensão arterial, nível de açúcar no sangue, história familiar de doenças do coração e vamos calcular o seu risco de ter um problema vascular grave (acidente vascular cerebral ou enfarte do miocárdio) nos próximos 10 anos... Quer ver? Não sendo fumador, o risco é de .... 8%. Agora, vamos admitir que fuma e vamos ver o valor...: 25%!
- Porra!
Assim, com toda a espontaneidade. Às vezes, fazem-me rir os meus doentes. É com estas expressões de verdade com que gosto de encher o tempo.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
- A minha vida é complicada, sabe?
- Vou mostrar-lhe uma coisa. Ora veja, vamos pôr aqui os seus valores de idade, nível de colesterol, tensão arterial, nível de açúcar no sangue, história familiar de doenças do coração e vamos calcular o seu risco de ter um problema vascular grave (acidente vascular cerebral ou enfarte do miocárdio) nos próximos 10 anos... Quer ver? Não sendo fumador, o risco é de .... 8%. Agora, vamos admitir que fuma e vamos ver o valor...: 25%!
- Porra!
Assim, com toda a espontaneidade. Às vezes, fazem-me rir os meus doentes. É com estas expressões de verdade com que gosto de encher o tempo.
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domingo, outubro 12, 2003
Mais dois dias úteis
Pela primeira vez dei comigo a constatar que estava na casa de férias. Não pelas que aqui passo, mas pelas passadas e que vão estando dispostas nas paredes, nas casas do Brasil, nos quadros naif de Salvador, nas estampas dos museus de Nova Iorque e Amsterdão, no quadro aborigene da Austrália. Daqui fui directo para o som da Ella Fitzgerald e o quadro ficou quase perfeito numa tarde de chuva convidando ao recolhimento.
E tudo depois de um almoço em Guisado (temos nomes de terras próprias para almoçar) um pouco depois da Retorta (na vizinhança das Caldas), que é Solar dos Amigos e Ilha do Paraíso. Se perder o cartão, aqui fica o telefone 262877135. Arroz de feijão e costeleta de meio quilo depois de chouriço de arroz ou cozido à portuguesa em meia dose familiar. Tudo simples, sem salamaleques aprendidos em escola de hotelaria, mas com serviço com conhecimento de vida. Quase como em casa de família.
Para continuar perfeito mais uma má exibição dos craques da selecção. Pode ser que nos fiquemos pela primeira eliminatória. Nem todos os guarda-redes devem ser como este da Albânia que sofria de lumbago.
O domingo, pelo contrário, foi dia de sol para passear pela praia a pôr o Kaos de gatas a correr atrás de paus, que teimosamente sempre leva para a sombra da falésia e nunca para ao pé de mim. Determinado este cão. Sabe o que quer.
Em resumo, um fim de semana simples ao alcance de poucos.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
E tudo depois de um almoço em Guisado (temos nomes de terras próprias para almoçar) um pouco depois da Retorta (na vizinhança das Caldas), que é Solar dos Amigos e Ilha do Paraíso. Se perder o cartão, aqui fica o telefone 262877135. Arroz de feijão e costeleta de meio quilo depois de chouriço de arroz ou cozido à portuguesa em meia dose familiar. Tudo simples, sem salamaleques aprendidos em escola de hotelaria, mas com serviço com conhecimento de vida. Quase como em casa de família.
Para continuar perfeito mais uma má exibição dos craques da selecção. Pode ser que nos fiquemos pela primeira eliminatória. Nem todos os guarda-redes devem ser como este da Albânia que sofria de lumbago.
O domingo, pelo contrário, foi dia de sol para passear pela praia a pôr o Kaos de gatas a correr atrás de paus, que teimosamente sempre leva para a sombra da falésia e nunca para ao pé de mim. Determinado este cão. Sabe o que quer.
Em resumo, um fim de semana simples ao alcance de poucos.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
sexta-feira, outubro 10, 2003
De volta e em grande
Acabo de ir espreitar o abrupto
e vejo que JPP voltou em grande estilo. É preciso pôr os jornalistas na ordem. Mas continua a não dizer nada sobre os Ministros Ou talvez diga nalgumas entrelinhas.
Para mais tarde eu recordar (ninguém me lê...:(), aqui transcrevo:
TRANSPARÊNCIAS
Os blogues de jornalistas são um elemento muito positivo para uma maior transparência. Eles retratam de uma forma mais límpida o pensamento que está por detrás das notícias, assim como o movimento subjectivo de amizades e inimizades, de gostos e ódios, que tão importante é no modo como se escreve uma notícia. Saber tudo o que se possa saber sobre as opiniões, políticas e outras, das pessoas que interferem na esfera pública, é muito vantajoso. E, como se vê, nos blogues de jornalistas, a agenda política é dominante e agressivamente empurrada. Pedro Mexia tinha razão, na sua análise no Dicionário do Diabo, sobre o carácter pushy de alguns blogues dos jornalistas.
Mas a opacidade é a regra nos meios mediáticos, os menos escrutinados dos que intervêm na esfera pública. Múltiplos canais de influência entre o poder político e os media não têm qualquer escrutínio, desde os que se fazem através dos negócios dos donos dos jornais e televisões, até a práticas que o público em geral desconhece, como os pequenos almoços com os directores dos jornais em “off”. Por exemplo, o público em geral devia saber que jornalistas foram assessores de Marques Mendes ou de Jorge Coelho, ou de ministros com funções similares, ou de outros membros do governo, ou de grupos económicos, e tenho a certeza que, se o soubesse, perceberia melhor os mecanismos de influência que funcionam nas redacções. Devia-se igualmente saber como trabalham as empresas de relações públicas e de “imagem” e como é que antigos e actuais jornalistas colaboram em conjunto, promovendo ou denegrindo “produtos”.
É evidente que os cargos formais não contam tudo, há toda uma outra teia de amizades e influências, de “fontes” privilegiadas e contratos não escritos – "eu dou-te informações, tu passas-me as notícias que me interessam" – de difícil escrutínio. Favores, privilégios e cunhas são, e isso é indesmentível, o pão-nosso de cada dia. Há tantos exemplos: convites para viagens apetecíveis, trabalhos extra a convite de fundações, avenças de empresas, promoção cultural. Saliente-se que não falo apenas do domínio estrito do político: há situações bem complicadas na área económica, onde uma notícia vale milhões, e, mesmo onde ela vale apenas dezenas, como no domínio do jornalismo cultural, grupos e coteries abundam.
Em Portugal, todas estas redes são desconhecidas do público em geral, embora noutros países, como no Reino Unido e nos EUA, e, mais recentemente, em França, comece a haver informação detalhada. Com mais ou menos incorrecções, o livro sobre o Le Monde inclui um retrato de toda a teia de relações entre os jornalistas e o poder, mas duvido que fosse possível escrever em Portugal um livro semelhante. Mas que faz falta, faz.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
e vejo que JPP voltou em grande estilo. É preciso pôr os jornalistas na ordem. Mas continua a não dizer nada sobre os Ministros Ou talvez diga nalgumas entrelinhas.
Para mais tarde eu recordar (ninguém me lê...:(), aqui transcrevo:
TRANSPARÊNCIAS
Os blogues de jornalistas são um elemento muito positivo para uma maior transparência. Eles retratam de uma forma mais límpida o pensamento que está por detrás das notícias, assim como o movimento subjectivo de amizades e inimizades, de gostos e ódios, que tão importante é no modo como se escreve uma notícia. Saber tudo o que se possa saber sobre as opiniões, políticas e outras, das pessoas que interferem na esfera pública, é muito vantajoso. E, como se vê, nos blogues de jornalistas, a agenda política é dominante e agressivamente empurrada. Pedro Mexia tinha razão, na sua análise no Dicionário do Diabo, sobre o carácter pushy de alguns blogues dos jornalistas.
Mas a opacidade é a regra nos meios mediáticos, os menos escrutinados dos que intervêm na esfera pública. Múltiplos canais de influência entre o poder político e os media não têm qualquer escrutínio, desde os que se fazem através dos negócios dos donos dos jornais e televisões, até a práticas que o público em geral desconhece, como os pequenos almoços com os directores dos jornais em “off”. Por exemplo, o público em geral devia saber que jornalistas foram assessores de Marques Mendes ou de Jorge Coelho, ou de ministros com funções similares, ou de outros membros do governo, ou de grupos económicos, e tenho a certeza que, se o soubesse, perceberia melhor os mecanismos de influência que funcionam nas redacções. Devia-se igualmente saber como trabalham as empresas de relações públicas e de “imagem” e como é que antigos e actuais jornalistas colaboram em conjunto, promovendo ou denegrindo “produtos”.
É evidente que os cargos formais não contam tudo, há toda uma outra teia de amizades e influências, de “fontes” privilegiadas e contratos não escritos – "eu dou-te informações, tu passas-me as notícias que me interessam" – de difícil escrutínio. Favores, privilégios e cunhas são, e isso é indesmentível, o pão-nosso de cada dia. Há tantos exemplos: convites para viagens apetecíveis, trabalhos extra a convite de fundações, avenças de empresas, promoção cultural. Saliente-se que não falo apenas do domínio estrito do político: há situações bem complicadas na área económica, onde uma notícia vale milhões, e, mesmo onde ela vale apenas dezenas, como no domínio do jornalismo cultural, grupos e coteries abundam.
Em Portugal, todas estas redes são desconhecidas do público em geral, embora noutros países, como no Reino Unido e nos EUA, e, mais recentemente, em França, comece a haver informação detalhada. Com mais ou menos incorrecções, o livro sobre o Le Monde inclui um retrato de toda a teia de relações entre os jornalistas e o poder, mas duvido que fosse possível escrever em Portugal um livro semelhante. Mas que faz falta, faz.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Já que ninguém diz
Para um observador independente como eu (saiu-me bem esta!), esta história do Paulo Pedroso é curiosa e merece algumas reflexões. Discute-se agora muito se devia ou não ter ido à AR depois de ter sido posto em liberdade, se a Justiça está a ser politizada e mais isto e mais aquilo. É claro que se fosse um cidadão qualquer, as televisões não transmitiam em directo a saída da prisão (até parecia o Mandela...) e se calhar o homem tinho era ido ter directamente com os pais e a namorada depois de apanhar o autocarro ali na rua. Se não houvesse televisões, mesmo que tivesse ido ter com os companheiros de trabalho, não teria nenhum efeito. Portanto, o problema não é os políticos terem os mesmos direitos que os cidadãos comuns, o problema são os meios de informação. Este Big Brother em que se transformou a nossa vida está a dar cabo da gente. Até porque se não fossem as TVs se calhar nem havia nada daquela recepção e festa. Muita desta festa é para a imagem ou seria festa genuína sem relevância política. Ponha-se uma câmara à frente de alguém e logo a mão passa pelo cabelo, se fica a pensar no melhor plano e se o som está aberto acabam-se as bocas. Deixamos de ser nós. Não se deve confundir a imagem com o real. E o risco maior é deixarmos de ser reais mesmo quando não há câmaras e passarmos a estar sempre a pensar na imagem que estamos a passar. No fundo, se calhar o Paulo Pedroso não pensou na imagem e deixou-se ir um pouco pela realidade que ia dentro dele e deu esta embrulhada. Moral da história: com os jornalistas, todo o cuidado é pouco.
E nesta confusão toda acho estranho que ninguém peça contenção aos meios de informação. Seria menor o share, menor a receita, mas todos ganhavamos. teríamos a possibilidade de ser um pouquito mais autênticos.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
E nesta confusão toda acho estranho que ninguém peça contenção aos meios de informação. Seria menor o share, menor a receita, mas todos ganhavamos. teríamos a possibilidade de ser um pouquito mais autênticos.
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quinta-feira, outubro 09, 2003
Insípido
Esperava mais de uma última lição. Não deixou de ser curioso, ter alguma graça, mas aqui e além foi demasiado auto-elogiosa, uma exposição de um curriculum pessoal sem concurso à vista e com a garantia de não argumentação. Foi também muito burguesa a lição, muito a imagem da família, do poder. Teria preferido algo mais leve, mais ousado nas perspectivas a transmitir a quem fica, mas houve muito de insatisfação com a vida que aí vem o que me parece ser sempre sinal de algum desapontamento com a vida que foi. Faltou o humor que alivia a dor destes momentos. Em 40 e tal anos de vida de Medicina, quase tudo mudou. O Prof Palma Carlos percebeu o fim da Medicina Interna e desenvolveu a Alergologia, mas recusa aceitar a ideia, porque isso diminui o seu poder. Poder? No fundo, esse parece ser o drama destes homens que mais do que a função privilegiam a imutabilidade da vida. Mas a vida é função e mudança.
Reflexo dramático do estado das coisas nesta Escola a referência do Prof. JLA ao facto de ver mais o jubilado fora do Hospital que lá dentro. Com que então, os cientistas encontram-se na Ópera e nos Concertos e não no local onde conjuntamente (!!!) tratam os doentes?
Fruta do tempo, esta lição foi um bocado com sabor a plástico, tipo MacDonalds, limpinha e desenxabida.
Da mesma forma não aprecio muito esta técnica com que, agora, qualquer telefonista de loja nos atende o telefone. Dizem o nome (que logo esquecemos), e depois de saberem o nosso iniciam sempre o discurso com ele (depois de cada pausa para música). Procura-se um reforço de comunicação, mas realmente, apenas me sabe a plástico também, a imagem, sem qualquer sentido emocional, físico. Puro marketing. Às vezes quase tenho saudades do ar mal disposto e genuíno do atendimento de outros tempos sem tantos cursos de formação de como deve ser-se. Era-se mais, se calhar. Mais substância, talvez.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Reflexo dramático do estado das coisas nesta Escola a referência do Prof. JLA ao facto de ver mais o jubilado fora do Hospital que lá dentro. Com que então, os cientistas encontram-se na Ópera e nos Concertos e não no local onde conjuntamente (!!!) tratam os doentes?
Fruta do tempo, esta lição foi um bocado com sabor a plástico, tipo MacDonalds, limpinha e desenxabida.
Da mesma forma não aprecio muito esta técnica com que, agora, qualquer telefonista de loja nos atende o telefone. Dizem o nome (que logo esquecemos), e depois de saberem o nosso iniciam sempre o discurso com ele (depois de cada pausa para música). Procura-se um reforço de comunicação, mas realmente, apenas me sabe a plástico também, a imagem, sem qualquer sentido emocional, físico. Puro marketing. Às vezes quase tenho saudades do ar mal disposto e genuíno do atendimento de outros tempos sem tantos cursos de formação de como deve ser-se. Era-se mais, se calhar. Mais substância, talvez.
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quarta-feira, outubro 08, 2003
Para variar a onda
O Paulo Pedroso acaba de sair da prisão preventiva. É bom ver alguém deixar de estar preso sem culpa formada. Deve ser lixado! Espero que a solidariedade da recepção entre os amigos o compense.
Neste dia em que o Arnold Schwarznegger foi eleito governador da Califórnia, que alguma coisa nos faça sorrir. Também já não tinha sido mau que a Teresa Gouveia tivesse substituído o ministro papá. São as pequenas alegrias desta triste terra encostada na Europa.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Neste dia em que o Arnold Schwarznegger foi eleito governador da Califórnia, que alguma coisa nos faça sorrir. Também já não tinha sido mau que a Teresa Gouveia tivesse substituído o ministro papá. São as pequenas alegrias desta triste terra encostada na Europa.
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Espero que volte JPP
Confesso que estou a ficar sem ideias. Se ao menos tivesse imagens como o abrupto ainda podia encher os dias do blog.... Coitado do homem, ficou sem pio, já não chegavam os 5 dias que abalaram o ministério, ainda agora esta aliança do PSD com o PP para as europeias... Será que o PP o deixa ser deputado europeu?
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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terça-feira, outubro 07, 2003
Tudo bem
1. Deve fazer parte do cromo, da maneira de ser Governador do Banco de Portugal, mas o discurso deste socialista parece-me cada vez mais um discurso liberal. Ou não entendi bem ou para o Dr. Vitor Constâncio, este Governo tem uma política económica quase perfeita. A economia está no bom rumo e os desempregados devem estar cada vez mais satisfeitos com a sua situação e tranquilizados porque o défice está a ser corrigido, o que é óptimo para prato principal. Como sobremesa a senhora ministra das Finanças, garante que o IRC vai mesmo baixar. É a recuperação económica em marcha.
2. O Ministro foi tratar da filha. E vão dois. Agora é assim, sentido de estado (com letra pequena claro) que isto quer dizer da situação da coisa, isto é do partido. Um tipo faz asneiras, demite-se e tem sentido de estado? Mas que gaita vem a ser esta, não deveria se tivesse sentido de Estado não ter feito burrice, não ter sido ingénuo, etc.? Ou se acha que fez tudo bem, sentido de Estado não seria manter-se firme na sua posição, apurar responsabilidades e processar quem levanta boatos infundados? Ou estamos na ditadura dos jornalistas? Ao estado a que isto chegou com esta gente honrada!
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
2. O Ministro foi tratar da filha. E vão dois. Agora é assim, sentido de estado (com letra pequena claro) que isto quer dizer da situação da coisa, isto é do partido. Um tipo faz asneiras, demite-se e tem sentido de estado? Mas que gaita vem a ser esta, não deveria se tivesse sentido de Estado não ter feito burrice, não ter sido ingénuo, etc.? Ou se acha que fez tudo bem, sentido de Estado não seria manter-se firme na sua posição, apurar responsabilidades e processar quem levanta boatos infundados? Ou estamos na ditadura dos jornalistas? Ao estado a que isto chegou com esta gente honrada!
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segunda-feira, outubro 06, 2003
Pobre Papa
Não vai ter grandes hipóteses Sua Santidade a partir deste momento: a maioria dos portugueses acha que deve resignar. Há certos estudos de opinião que são fundamentais para a história da humanidade e por isso os nossos jornalistas os encomendam. Que seria do futuro do Papa se não soubessemos o que pensam os portugueses sobre a sua resignação? O sentido patológico da morbidez tem destes excessos. Cria-se esta sede de drama para se terem notícias e noticiar já está a ser desencadear a notícia. Vamos lá a ver o que SS vai decidir depois desta indicação...
Mais vale continuar à procura de quem fez o requerimento da filha do diplomata! Parece ser mais notícia e pode esclarecer alguns pormenores meios estranhos desta história.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Mais vale continuar à procura de quem fez o requerimento da filha do diplomata! Parece ser mais notícia e pode esclarecer alguns pormenores meios estranhos desta história.
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domingo, outubro 05, 2003
Palavra de honra
Rápidos passam os fins de semana.
Imaginei o Ministro naquela reunião em Roma. Que lhe iria dentro da cabeça? E os outros saberiam da história cá de casa? Será que lhe passou por momentos essa dúvida? O país, no entanto, ficou tranquilizado porque um Ministro que agiu dentro da lei se demitiu (e não se percebe bem porquê) e o outro garantiu sob palavra de honra que não pediu favores nem falou com o Ministro demitido. Foi traído pela filha ou então aconselhou-a mal porque o pedido que fizeram era legal mas pecaminoso (se não fosse ninguém se demitia). Ma se assim é como vai continuar a ser Ministro? E se a filha podia entrar legalmente no curso, por que razão vai ser desterrada. Quem não deve, não teme diziam-me no passado. Já não é assim agora, onde estes negócios são feitos mais na base do que parece e aparece na TV... Esta história cheira-me a mal contada.
E espero bem que a palavra de honra ainda seja o que foi e não seja uma imagem de estilo.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Imaginei o Ministro naquela reunião em Roma. Que lhe iria dentro da cabeça? E os outros saberiam da história cá de casa? Será que lhe passou por momentos essa dúvida? O país, no entanto, ficou tranquilizado porque um Ministro que agiu dentro da lei se demitiu (e não se percebe bem porquê) e o outro garantiu sob palavra de honra que não pediu favores nem falou com o Ministro demitido. Foi traído pela filha ou então aconselhou-a mal porque o pedido que fizeram era legal mas pecaminoso (se não fosse ninguém se demitia). Ma se assim é como vai continuar a ser Ministro? E se a filha podia entrar legalmente no curso, por que razão vai ser desterrada. Quem não deve, não teme diziam-me no passado. Já não é assim agora, onde estes negócios são feitos mais na base do que parece e aparece na TV... Esta história cheira-me a mal contada.
E espero bem que a palavra de honra ainda seja o que foi e não seja uma imagem de estilo.
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sexta-feira, outubro 03, 2003
Temos novela
Não sei ao certo o que disse o pai-Ministro, mas no rodapé do ecrã gigante da Sala de Alunos pude ler que na AR o senhor garantiu que a filha não vai ocupar a vaga. Hilariante. Será que a jovem, numa atitude de rebeldia, não se aconselhou com o pai sobre o pedido de favorecimento e fê-lo sem dar cavaco? Se assim não foi, o pai-Ministro afinal não só é ingénuo como me parecia de manhã, é quase mau pai também. É que se teve conhecimento da ilegitimidade e não a contrariou é ingénuo e agora outra coisa não deve fazer que não seja demitir-se. O facto de ela não vir a frequentar a Faculdade em nada diminui a responsabilidade política e se a situação não for ilegal, ao menos que alguém aproveite. Sacrifique-se o pai, safe-se a filha (se tiver a coragem de aguentar os colegas e o resto!). Vá-se o Ministro, mas fique o pai.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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Ingenuidade
Sinceramente o que mais me impressiona nesta história da filha do ministro não é o golpe, mas a ingenuidade destes homens. É desde há muito óbvio que ser político neste país implica uma espécie de virgindade imaculada. Se é possível ser-se ingénuo a nível pessoal, como serão os riscos da ingenuidade nas tarefas que lhe são confiadas?
Depois gostei de ficar a saber que os filhos dos diplomatas têm a porta das nossas faculdaes escancaradas. É entrar meninos! Também é assim para os filhos dos emigrantes, não é?
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
Depois gostei de ficar a saber que os filhos dos diplomatas têm a porta das nossas faculdaes escancaradas. É entrar meninos! Também é assim para os filhos dos emigrantes, não é?
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