Há uma evidente quebra de ritmo por muitas solicitações e desânimos que acabam por retirar a esta fase da vida alguma da ilusão que era suposto existir. O grupo dos 4 governante (Passos, Relvas, Gaspar e Portas) rouba-nos todos os dias mais um pouco do capital das certezas que tínhamos, criando uma nuvem de dúvida cada vez mais ameaçadora. O medo avança nesta terra. Olhando à volta a base social da apoio do governo estreitou-se de uma forma que nunca se tinha visto, resumindo-se nesta altura a um escasso número de banqueiros que expressam uma confiança imensa no futuro e na capacidade de aguentarmos. Mas a sua confiança depende apenas disto, de aguentarmos sem limites, o que vai contra a física da resistência das coisas: nada é resiliente até ao infinito e há sempre um momento em que parte. A esperança está dependente dessa rutura.
É confrangedora a falta de ambição destes políticos. Como se pode dormir descansado depois de dias sucessivos em que se sente que apenas se esteve a governar para uns poucos, excluindo dos objetivos a atingir franjas cada vez maiores de pessoas? Governar para um por cento é obviamente fácil, o desafio é governar a favor dos noventa e nove por cento que restam. E há neste ambiente gente que aumenta a sua riqueza sem o seu trabalho, pela exclusiva reprodução do seu capital (variação do índice PSI 20 nos últimos 6 meses: 4908-->6127, isto é, aumento de 49,7% ao ano!!!) , mas também esse mistério do acréscimo da riqueza decorre do trabalho de alguém. Ai decorre, decorre!
Neste ambiente até se percebe que um ex-secretário de Estado proclame que se os fiscais lhe pedirem as faturas os mandará tomar no cu O que seria uma medida correta de combate à fuga ao fisco, é, nesta ambiente, um insulto, pois é claro o que se está a fazer com a receita fiscal: diminuir o apoio social, aumentar o apoio ao poder financeiro. Não é esta a função dos impostos. Tudo no mesmo sentido. Basta de ROUBO!
Mas é bom que se tenha a lucidez suficiente para se perceber que, ao contrário do Papa que se diz santo, o Diabo não resigna. O ar anda empestado de enxofre, mas a criação de melhor ambiente não será conseguida fechando as janelas e ficando em casa. Despoluir exige a saída à rua. É urgente.
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