Não é por mal que se pergunta, tudo bem?. É somente por rotina, para calar o silêncio em que nos desabituámos de estar. No meio da bruma destes dias, acena-se que sim, claro! quando a vontade era mais chamar idiota à pergunta, dizer, mas que raio tem você a ver com isso que pergunta. Somos incapazes de respeitar os espaços uns dos outros, por hábitos, por rotinas politicamente certas e nada é feito por mal, embora faça mal e apeteça responder à chicotada.
Mesmo quando ainda nos sentimos como se tivéssemos 30 anos, afinal, quem quase os tem são já os nossos filhos e nós passámos a ter o estatuto e direito a estar com as doenças que aparecem depois dos 50, mesmo que, lendo a sua descrição, achemos que aquilo não nos assenta bem. De repente, envelhecemos uma data de anos. Subitamente, percebi que o envelhecimento não é uma mais-valia de experiências feita, mas um conjunto de sintomas vagos encontrados em muitas doenças. Por isso, o envelhecimento como valor acrescentado é, necessariamente, um diagnóstico de exclusão depois de terem sido eliminadas todas as outras. Apenas, nessa altura.
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