Vai quente a luta entre médicos e farmacêuticos. Uns e outros publicam falsos, ainda que politicamente correctos, argumentos. Na verdade, custa-me a crer que alguém como os farmacêuticos que tem um negócio de vendas, onde o lucro depende da percentagem do que se vende, esteja interessado em vender mais barato. Tal caridade não existe na vida real. Também os médicos quando nesta argumentação dizem que os move o supremo interesse dos doentes estão a recorrer à boa causa, mas não à causa verdadeira. Farmacêuticos e médicos têm neste assunto outras motivações bem mais reais, só que inconfessáveis: os primeiros são proprietários de um produto que querem erigir em monopólio e têm interesse directo em vender um determinado fármaco e não o concorrente, ganhando na produção e no comércio; os médicos, não querem abdicar do privilégio de «oportunidades de formação», que a Indústria farmacêutica lhes oferece graças às suas escolhas. Acontece que, transferir este privilégio para os farmacêuticos não acrescenta nada ao sistema e até lhe tira alguma coisa: a possibilidade de alguém habilitado tecnicamente arbitrar de alguma forma este jogo. Tem é de estar menos implicado em eventuais jogos de troca, isto é, o caminho será libertar os médicos desta relação de proximidade com a Indústria, que até podendo não implicar necessariamente formas de corrupção, não a impede. E quando de corrupção possível se trata, tudo deve ser feito para a prevenir, tanto a outros níveis como neste. Portanto, aos médicos a liberdade de prescrição, aos poderes a força para proibir ligações perigosas.
E continuo também sem perceber porque não existe uma rede de farmácias administradas por serviços públicos. Não será certamente por ser um mau negócio e sempre seria forma de dar mais dignidade a licenciados que, por agora, são meros empregados de balcão.
1 comentário:
Tem toda a razão,mas sou das poucas pessoas que não está ao lado dos farmacêuticos.. a bem da verdade não estou do lado de ninguem mas acho que ninguem gosta de fazer uma coisa, que acha que está certa, e vir outra e achar que não é assim, mas que de outra maneira ficava melhor...
Hora eu acho que nenhum médico deve gostar de saber que receita uma coisa a um doente e que o farmacêutico altere a mesma...
Assim se quizermos ser mais poupadinhos não vamos ao médico mas sim directamente à farmácia!!!!!
Uma coisa como leiga eu sei, e a mim ninguem me engana...do medicamento percebe o farmacêutico mas da doença é o médico!!!!!
Já agora acrescentem mais um quadrado ao receitoário em vês de ser só quadradinhos para o autorizo/não autorizo a alteração da receita, podem por também que se a mesma for alterada as consequências da mesma serão da responsabilidade não do médico mas sim de quem a alterou........
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