terça-feira, abril 05, 2005

Todos diferentes, todos iguais?

De quem são os meus genes? Pergunta despertada pela visão de um programa sobre bancos de dados dos genes sob propriedade de iniciativa privada. Acontece que empresas exigem aos seus funcionários a realização de análises para verificarem se terão predisposição genética para virem a ter determinadas doenças ou se, as maleitas de que sofrem são devidas a doenças profissionais ou se seriam devidas à má composição da rês, com as implicações inerentes. É curioso que isto nem teria importância se os direitos de todos fossem iguais, quer dizer, se não fossemos discriminados pelas nossas características sejam elas feno ou genotípicas. Só que todos acham natural que os chamados mais aptos sejam mais beneficiados que os outros ou seja, acha-se natural a discriminação com base na diferença. Até agora as diferenças estavam à mostra. Agora, podem ir ver-nos o que está escondido para encontrarem as diferenças. Até onde se irá poder resistir a que nos invadam? Procuraremos uma nova ética? Novos parâmetros de valorização em que seremos considerados pelo simples facto de sermos, humanos, e não pelas características que nos distinguem. O primado da igualdade nas diferenças. Ou vamos procurar as diferenças até onde pudermos ir, para acentuar as desigualdades?
Para já temos de garantir que não nos espreitem por dentro. Se conseguirmos, claro.

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