The pervasiveness of campaign lies tells us something we’d rather not acknowledge, at least not publicly: On many issues, voters prefer lies to the truth. That’s because the truth about the economy, the future of Social Security and Medicare, immigration, the war in Afghanistan, taxes, the budget, the deficit, and the national debt is too dismal to contemplate. As long as voters cast their votes for candidates who make them feel better, candidates will continue to lie. And to win.
em http://blogs.reuters.com/jackshafer/2012/10/09/why-we-vote-for-liars/
E a ser assim, a democracia corre perigo e o populismo pode muito bem resultar. As coisas não são fáceis, mas a educação reinante diz que tudo tem de ser fácil. Por isso se inventaram as escadas rolantes e as compras a crédito.As primeiras engordam-nos, as segundas emagrecem-nos, mas a lógica é comum: à primeira vista facilitam-nos a vida. As consequências só vêem depois. E a lógica dominante é vivermos tudo como se tivéssemos chegado ao dia final. De momento satisfaz, depois pode doer.
O populismo é uma linguagem infantil que nos leva ao mundo do tudo ser possível. O sistema infantilizou as pessoas, destreinou-as de pensar que têm futuro e que, por isso, a mensagem é que podem comer o saco das gomas todo de seguida sem poupar para o próximo dia. Amanhã haverá sempre mais gomas, se lá chegarem depois da dificuldade da dor de barriga quase fatal.
Na escola adquirem-se conhecimentos técnicos para resolver os problemas das organizações e promover a geração de valor, mas, cada vez mais, convencem as pessoas da inutilidade da literatura ou da filosofia. Pensar é perda de tempo, que a vida vai demasiado rápida para se desperdiçar o prazer imediato, enquanto se pensa o futuro. Ser deixou de ter qualquer importância ao lado do ter todo poderoso.
Por tudo isto, mais vale sem enganado desde que não doa, a ter as dores da verdade. Dos que não pensam é o reino dos céus, para que a alguns possa ser dado o privilégio do céu na terra.
Mas a economia é complexa, na verdade, porque tem por objetivo a geração de valor, o crescimento e não a satisfação das necessidades gerais. Segundo a doutrina dominante a natureza dos homens é a ganância.
E os resultados da reflexão pós revolução industrial e algumas guerras (o Estado Social nas suas várias dimensões de Segurança Social, Educação e Saúde para todos) são agora postos em causa pelas forças da ganância. Mais lamentável do que tentem fazer isso, é não haver uma exposição séria, adulta das realidades por parte dos que não alinham no pensamento da ganância dominante. Possuídos que também estão da ideia da facilidade, procuram ignorar a realidade e não a discutir com profundidade, atirando populisticamente com os argumentos da espuma da facilidade, convencidos que é dessa forma que chegam ao poder. Até poderiam chegar em tese, mas de nada lhes serviria porque teriam também de desdizer o que prometeram.
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