terça-feira, outubro 26, 2010

Voto contra


Está na hora de ficar farto da desesperança e dos prognósticos acertados sobre o passado  dos sábios economistas, que nunca se cansam de mostrar como a Economia tem regras que explicam toda a catástrofe a que se chegou, sem terem tido há uns anos atrás a mais pequena inspiração na previsão do desastre que agora tão bem sabem explicar. Esta cultura não serve, porque é pouco culta, não tem reflexão nem método analítico. E até mais do que cultura, a carência agora é de sonho, de inspiração, daqueles sentires que antes de acontecer já sabiam e anunciavam:


Que o poema seja microfone e fale
uma noite destas de repente às três e tal
para que a lua estoire e o sono estale
e a gente acorde finalmente em Portugal

É de novo o tempo de subjugar a economia à Poesia, porque é pelo sonho que vamos.  E depois de acontecer, logo os economistas explicarão o passado, na sua impotência de traçar rumos para o Futuro. Da mesma forma que o microfone falou e houve um acordar numa madrugada de Abril, também agora é necessário sair deste unanimismo controleiro que nos oprime a vida e come a esperança. Há, seguramente, mais vida além da economia.
Neste momento, não é possível a cobardia da crítica fácil e da não participação. É hora de optar entre o que há, quando nos não propomos como opção e perante a ementa disponível, a decisão está tomada sendo inúteis as reservas que sempre haverá, porque os mundos e as pessoas não são perfeitos, mesmo que a opção seja sobretudo um voto de protesto contra o cálculo e  a manha da economia.
Que seja até um voto contra Cavaco, mas leve-se Alegre a Presidente!

Sem comentários: