quarta-feira, dezembro 02, 2009

Doutrina

Têm sempre um ar angélico do bem estes economistas que, reiteradamente, nos tentam convencer que só a criação de riqueza permitirá o alcançar do bem-estar. Sem esse esforço (de quem?) restar-nos-á a continuação eterna desta crise de mal-estar. E andamos nisto há décadas. Melhorámos muito apesar dos discursos da desgraça, só que quando uns comem migalhas e os outros as fatias do bolo produzido, mesmo que os migalheiros fiquem de estômago menos vazio, são os que comem quase tudo que quem realmente se enche. No final do processo da criação da riqueza assim concebida não temos ricos menos ricos e pobres menos pobres, enquanto isso suponha aproximação de classes, mas um aumento mais acentuado da riqueza dos já ricos. Não há repartição equitativa e proporcional da riqueza. Mas a tese continua a ser-nos soprada todos os dias como sendo uma necessária maldição.

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