sábado, maio 16, 2009
Perigosos estes tempos
Recebi há uns dias uma mensagem a que vinha anexada uma pretensa história das causas que motivaram as formas dos números árabes. Cada um, do 1 ao 9, tem (tinha) um númeero de ângulos correspondente ao valor numérico que representava e o 0, finalmente, era assim redondo por não ter qualquer ângulo. Verdade ou mito faz sentido, é uma explicação para a coisa. Nos dias de hoje, cada vez menos, vejo esta curiosidade de investigar as causas, ou a simples busca das explicações que leve a pôr hipóteses. Há um desrespeito pelas origens e uma fé cega no seguimento das directrizes. A abundância da informação impede a sua digestão individual e fica-se progressivamente mais dependente de quem faz os resumos que nos orientam. Assim, avança o pensamento único, paradoxalmente, num tempo de pensamentos infinitos. Sempre pela falta de tempo e pela busca imperiosa do rigor científico, nem ousamos já pensar de forma independente. Mais automatizados, obedientes, estamos dominados por um pensamento único e politicamente correcto. Prontos para as orientações finais de um qualquer emergente ditador.
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