domingo, fevereiro 08, 2009

A inutilidade dos coelhos

A metáfora pode não ter sido completamente feliz. Realmente, duas notas de 100 euros têm tanta capacidade de gerar mais euros quanto o têm dois coelhinhos no tal buraco (na verdade, é preciso que seja um coelhinho e uma coelhinha e mais alguma coisa). Mas tanto num caso como noutro, Louçã tem razão: para haver crescimento tem de haver trabalho, porque dele e apenas dele depende o crescimento. Durante anos pensou-se, na base do tal dito que afirma que o dinheiro gera dinheiro, que bastava investir, para aumentar o capital próprio. O investimento referido deixou de ter a tal dimensão do trabalho e limitou-se muitas vezes ao sonho e os sonhos sempre acabam quando se acorda. Se ao menos os tempos de hoje dessem para perceber que o crescimento depende do trabalho e não do investimento (sem trabalho), certamente que a preocupação dos governantes seria apoiar o primeiro e não criar condições para que o «investimento« ficasse prioritariamente garantido. Realmente, Louçã, nem um coelhinho e uma coelhinha chegam se não houver alguma actividade. É fundamental o trabalho para haver a produção.

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