sábado, novembro 13, 2004

Sábado à sombra

Se formos ao Google buscar por metabolic syndrome encontramos mais de 1130000 referências. Veja-se pois, a importância desta coisa. Trata-se efectivamente duma coisa, não é uma doença, nem um conjunto de sinais com significado próprio, de que decorra um qualquer tratamento específico ou um prognóstico particular. É um agregado de patologias, diferentes de acordo com a entidade que define a coisa, que existe num mesmo indivíduo e na base do qual está sempre o mesmo, uma sociedade que leva a estilos de vida e hábitos insanos, menos actividade física e mais consumo de alimentos. Os genes não aguentam tal modificação e as doenças aparecem: obesidade, diabetes, hipertensão, elevações dos lípidos. É o resultado da globalização dos costumes.
À conta desta coisa passei um sábado de sol, à sombra numa reunião de 40 pessoas em mais uma acção de formação em que umas quinze debitaram a ciência, para que nada contribuíram, para as outras que também já teriam lido os mesmos livros. A maior parte do programa foi sobre medicamentos, consumo das drogas que combatem os resultados do excesso sem nada o contrariarem. Um desfraldar de conhecimentos em leitura de diapositivos, a maioria em inglês, na forma original como foram cedidos pela empresa farmacêutica. É curioso como mesmo assim, as pessoas ainda se acham com direitos autorais sobre as suas apresentações e torcem o nariz quando as deixam no meu computador para serem apresentadas.
No fim há um ar de contentamento no ar. E eu não percebo porquê. Será que fingem?

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