A revista da Continental é uma surpresa. Página sim, página sim dá a ideia da importância do segundo melhor negócio depois das armas. Em página inteira, são os anúncios das clínicas com letras de grande tipo anunciando os Best Doctors in New York. Como os sabonetes ou um qualquer detergente que lava mais branco. Definitivamente, não me revejo nesta identificação da saúde como bem de consumo para promoção de companhias seguradoras donas de nós.
E também os anúncios de fármacos milagrosos que nos não deixarão envelhecer, como se isso fosse coisa ruim e não um acontecimento natural, desejavelmente apreciado. Nesta terra da liberdade de ser ignorante e devorador da palha fornecida pelo marketing diz-se «HGH is known to reverse hemorrhoids, multiple sclerosis, ankylosing spondylites, macular degeneration, catarats, colitus, fibromyalgia, angina, chronic fatigue, diabetes, hepatitis C, rheumatoid arthritis, high blood pressure, sciatica, helps kidney dialysis and heart and stroke recovery». Impune e despudoradamente, mente-se. É a isto que chamam imprensa livre ou o direito de enganar. Só que são sempre os mesmos os enganadores e os enganados.
A aproximação a New York decorre assim entre a estupefação e alguma irritação. Aliviada pelo espectáculo de Barbara, assistente de bordo, cinquentona, pouco mais de metro e meio de pessoa, bem anafada, cabelo pintado louro, esparvoado de madeixas, que logo à entrada nos saudou com um esganiçado oh folks how r u? e que ao longo da travessia, corre, pula, meneia a cabeça, não pára, sempre em gritinhos, qual cocker inquieto. Uma boa ilustração deste mundo bárbaro onde irei chegar daqui a pouco, tão bem ilustrado por esta Barbara.
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