A obesidade é um drama de terras onde os dramas maiores da fome não existem. Pessoas bem adaptadas geneticamente para a privação, são actualmente confrontadas com a abundância e grandes poupadores que eram, aforram e distendem o seu capital de adipocitos. Sem perceberem, pondo ar de vítimas. São vítimas de quase tudo. Dos comprimidos, da água, dos nervos, das glândulas. Quase tudo, porque da comida que comem não são vítimas. Na verdade, não é a comida que nos engorda. Aliás, nem se percebe como comendo tão pouco, se aumenta assim de peso. Pois é, são apenas vítimas da genética e da alimentação idiota que existe a cada esquina.
Mas não se identificando o inimigo, o combate torna-se mais complicado, mesmo sem solução. Na verdade, as glândulas funcionam bem (por que raio continuarão a ir aos endocrinoilogistas?), a água não tem calorias, os comprimidos também não e os nervos coitados deles. Engordam só porque ingerem mais energia do que a que gastam. Ponto final! De maneira que a única solução é modificarem-se os hábitos depois de se identificarem os erros.
Mas não, ouvi falar na televisão de uma coisa, uma banda maaazca (mágica) que as pessoas põem e depois ficam magrinhas. Era isso que queria que o senhor doutor me pusesse. Para eu emagrecer e deixar de ter dores nas costas e melhorar da tensão e da diabetes. Ai se eu soubesse pôr bandas maazcas! Diga-me lá, minha senhora, como é que acha que a banda gástrica faz perder peso? Os olhos ficaram incrédulos, sem perceberem bem a pergunta. Será que eu não sabia o que é a maaazca (magia)? Então eu explico, essa magia é deixar de poder comer nas quantidades que fazem engordar, é ter um tirocínio de vómitos mais ou menos longo sempre que se tenta comer mais, é sensivelmente o que se propõe com uma dieta com baixas calorias. No fundo, nem difere muito de cirurgias ao estômago que se faziam sem propaganda televisiva. O grande avanço que justifica tais notícias é que o empecilho ao apetite agora é fabricado industrialmente e há uma pressão de vendas importante. E mais não digo, que não sou mágico (maaazco).
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