segunda-feira, novembro 23, 2015

Ser vivo

A predisposição para viver advém da esperança. Quando ela diminui ou deixa de existir, instala-se o desespero da sobrevivência, que, no limite, nos pode deixar na situação de vivos-mortos. Foi a consciência de estar morto, estando vivo, que assaltou aquele habitante de Bruxelas que ontem se fartou de estar em casa e foi para a rua ver o que se passava. Ainda não sabemos o que viu, mas viveu porque venceu o medo e teve esperança de voltar. É fundamental que o terror saiba que, a contrapartida ao fanatismo medieval que o move e disponibiliza para a morte, se opõe o fanatismo contemporâneo da vida. Sem medo e com esperança, que é a única forma de ser vivo.

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