Ao fim de uma semana, quase me retiram a rotina da iminência do furacão. Esta terra está estagnada, um pantanal com os mesmos bichos de sempre.
Há uns meninos eufóricos com a vitória que parece nem eles saberem muito bem como aconteceu. São as mais gozadas, mas também as, possivelmente, menos repetíveis. A ver se vai. A política é imagem e a grande discussão actual é se um animal feroz se está a converter em português suave. Do que fez e não fez, nada se diz, até porque, se fosse dizer-se ver-se-ia que os que se propõem fazer daqui em diante, afinal, teriam feito de forma semelhante aquilo que foi feito pelos incapazes de fazer. Um eterno alterne da mesma coisa com moscas diferentes, sempre e só.
Para animar a coisa há momentos de suspense à maneira de J E Moniz. Ao fim do dia, de gravata vermelha e papel vermelho na mão deixou o país azul. Afinal não é candidato a presidente do Benfica. Ficou tudo como dantes: Moniz em banho-maria (ou será em banho-(com) a Manuela?). Já espero pela sexta-feira em que ela o vai desancar em público: então você afinal é como os outros, diz que avança e pára a meio sem consumar o acto! Impotente! (Mais um pico de audiência)
Mas o mais sintomático deste país sem viabilidade são coisas como a discussão das obras públicas ou as provas dos alunos. Na primeira há uma divergência fundamental, uns acham que o investimento público é negativo porque limita o esbanjamento privado e se deveriam apoiar os pequenos e médios empresários que tantas provas têm dado (provas ou votos?) e outros o contrário. Há 30 anos vivi num país que os governos anteriores não hipotecaram, num país grande que demorava muitas horas a ir de ponta a ponta. Era um país lento onde não se tinha feito investimento público. Sempre me pareceu melhor que tivessem investido, dando-nos vida apesar das dívidas.
As provas dos alunos são de uma óbvia facilidade (para mostrar melhor resultados na Europa!) e os pequenos ainda assim chumbam ou nem têm notas por aí além. Criticam então os professores a facilidade dos exames. Deveriam ser de maior complexidade, levando a razias mais abundantes. Perante isto, interrogo-me que andarão os professores a fazer, que os alunos nem provas simples resolvem a 100%. Para que lhes pagam ao fim do mês, se não conseguem transmitir o conhecimento? Ou será que o mal de toda a facilidade dos exames é desincentivar os pais a pagarem explicações particulares, porque as notas estão garantidas?
Sem comentários:
Enviar um comentário