terça-feira, março 25, 2008

Quem brinca com o fogo...

«Quem quer enriquecer não vai para médico». Pedro Nunes, bastonário, dixit.
Quero acreditar na boa-vontade do senhor Bastonário. Parece-me cordato, bem intencionado e tem uma conduta ética, sendo até docente na matéria. No entanto, ao fazer uma afirmação destas, na melhor das possibilidades, é ingénuo.
É preciso decidirmo-nos sobre esta questão do bendito Mercado. Aqui a margem é estreita, ou se apoia ou se renega. Quem quiser ficar com um pé de cada lado, o mais certo é que perca o pé ou mesmo os pés. O problema é saber se a Saúde é nicho de negócio ou um bem diferente, que não é susceptível de ser negócio.
Dito de uma forma mais cruel, decidir se o propalado princípio utilizador-pagador, funciona em Saúde, ou seja se os custos de estar doente devem ser suportados pelo doente ou pelos saudáveis.
Depois nos entenderemos sobre a melhor forma de articular os serviços. Não peçam é que o Estado fique com os ossos para roer, enquanto a Banca negociante em Saúde se prepara para comer a carne. É fundamental separar as águas, que os médicos se decidam por trabalhar no público ou no privado, sem acumulações. Que os doentes decidam tratar-se no público ou no privado, sem acumulações. Toda a promiscuidade existente só levará a complicações insanáveis.
Segurança na Saúde é muito mais que ter um serviço de urgência ao lado de casa, é saber que se pode estar doente e deixar o cartão de crédito em casa.

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