Sedutor é o discurso do poder, ainda que infundamentado ou irreflectido. Em certas ocasiões, gera-se, nem se sabe lá muito bem a razão, um consenso que desperta os ouvidos mais para a correcção do discurso que para o seu conteúdo. Quem discursa assemelha-se aos jogadores de xadrez que se entusiasmam com a sua combinação de lances, certamente interessantes, mas que não abrangem todas as respostas possíveis. O resultado é a derota surpreendente numa altura em que estava armado um jogo lindo. Se não fosse aquela resposta!
A diabetes é aquela doença de que padecem cada vez mais doentes. Uns estudos mostraram que o bom controlo da doença (ter o açúcar no sangue em níveis mais perto do normal) melhora as complicações ou chega mesmo a evitá-las. Daí a busca do controlo perdido, uma odisseia em que se empenham médicos e doentes, para que os vendedores de drogas gozem o filme. Nessa busca de níveis baixos, muitas vezes, exagera-se e o doente tem hipoglicemias. Isso pode fazer com que, se for a conduzir, por exemplo, perdndo os sentidos, tenha um acidente que o maltrate a ele e a quem com ele se cruze naquele instante. Daí a ideia de limitar a capacidade de conduzir a estes doentes. Um curioso parecer, encostado a um discurso do poder, proclama que pode guiar quem tiver um bom controlo da doença. À primeira vista, parece correcto. Bom controlo, melhor! Pois é, mas não, bom controlo é maior risco daquilo que poderá impedir um diabético de conduzir, é maior risco de hipoglicemia. Mais curiosa ainda a proposta de que o atestar do bom controlo tenha de ser feito por um especialista. Na verdade bom controlo com vista à prevenção do risco é não ter hipoglicemias, sobretudos, as que se não sentem. Um segredo que só os próprios doentes poderão identificar. Ou seja só eles poderão atestar se andam ou não bem controlados. E já agora, será que os diabéticos têm risco acrescido de acidentes? Alguém expedito responde com um, claro que sim! Há sempre pessoas que raramente têm dúvidas...
terça-feira, outubro 25, 2005
segunda-feira, outubro 24, 2005
Uma das grandes diferenças
Fidel contrastó la tranquilidad, la disciplina y la organización mostradas por nuestro pueblo ante el peligro de azote de este peligroso fenómeno, con las escenas de saqueo de tiendas y mercados vistas en Estados Unidos cuando el ciclón Katrina y ahora en Yucatán, México, después de ser duramente castigado por los vientos superiores a los 200 kilómetros por hora del Wilma.
Esa es la gran diferencia entre el sistema capitalista que promueve el consumismo irracional, el egoísmo y la locura, que lleva a la gente a saquear un comercio cuando viene una hecatombe de esta naturaleza, y nuestra sociedad socialista, donde se hace un enorme esfuerzo por la equidad, la solidaridad y la justicia, valores a los cuales jamás renunciaremos, subrayó el Comandante en Jefe.
Não irá faltar quem veja nestas afirmações, reproduzidas do Granma, algum fanatismo e mesmo algum reflexo de senilidade de quem as profere. A esses apetece-me dizer-lhes que reflictam um pouco. Pode bem valer a pena...
Esa es la gran diferencia entre el sistema capitalista que promueve el consumismo irracional, el egoísmo y la locura, que lleva a la gente a saquear un comercio cuando viene una hecatombe de esta naturaleza, y nuestra sociedad socialista, donde se hace un enorme esfuerzo por la equidad, la solidaridad y la justicia, valores a los cuales jamás renunciaremos, subrayó el Comandante en Jefe.
Não irá faltar quem veja nestas afirmações, reproduzidas do Granma, algum fanatismo e mesmo algum reflexo de senilidade de quem as profere. A esses apetece-me dizer-lhes que reflictam um pouco. Pode bem valer a pena...
quinta-feira, outubro 20, 2005
Vão-se lixar!
Hoje é um dia negro. Mais logo haverá uma guerra de percentagens de adesão à greve, que nisto de jornalismo de investigação, eles não se metem.
Quando saí de casa ia com vontade de aderir à greve. Para meu espanto, ao chegar à consulta, vejo toda a gente a trabalhar. Quem eram? Os súbditos do São Precário. Todos a trabalhar, disciplinadamente. Se alguém pode ter razão de queixa, penso que serão eles. Se perante a ofensiva desembolada do liberalismo se põem a jeito em prece maometana, digo-vos: vão-se lixar! Ia eu tramar os doentes que vieram para ser consultados, marcando-lhes outra data (isto é, ter de fazer consultas a dobrar noutro dia), abdicar de um dia de receita em nome de quê? Eu tenho um lugar garantido, um ordenado confortável e se me lixaram a reforma isso até pode compreender-se porque nasci no ano errado. Se eles, os que estão a perder todos os direitos, abdicam assim com toda a facilidade de lutar, por que devo eu estar solidário? Que se lixem! Parece ser esta a linguagem que gostam, o sistema que preferem, o cada um por si. Não, agora não é impossível fazer greve. Conheci um tempo em que fazer greves era difícil. Não era só emprego que estava em causa, eram visitas esperadas, ou férias forçadas. Mas ainda assim, lutava-se, porque sabíamos que havia outros ao nosso lado, não vivíamos sozinhos no mundo. Se a vossa opção é o cada um por si e o resto que se lixe, então vão-se lixar!
Quando saí de casa ia com vontade de aderir à greve. Para meu espanto, ao chegar à consulta, vejo toda a gente a trabalhar. Quem eram? Os súbditos do São Precário. Todos a trabalhar, disciplinadamente. Se alguém pode ter razão de queixa, penso que serão eles. Se perante a ofensiva desembolada do liberalismo se põem a jeito em prece maometana, digo-vos: vão-se lixar! Ia eu tramar os doentes que vieram para ser consultados, marcando-lhes outra data (isto é, ter de fazer consultas a dobrar noutro dia), abdicar de um dia de receita em nome de quê? Eu tenho um lugar garantido, um ordenado confortável e se me lixaram a reforma isso até pode compreender-se porque nasci no ano errado. Se eles, os que estão a perder todos os direitos, abdicam assim com toda a facilidade de lutar, por que devo eu estar solidário? Que se lixem! Parece ser esta a linguagem que gostam, o sistema que preferem, o cada um por si. Não, agora não é impossível fazer greve. Conheci um tempo em que fazer greves era difícil. Não era só emprego que estava em causa, eram visitas esperadas, ou férias forçadas. Mas ainda assim, lutava-se, porque sabíamos que havia outros ao nosso lado, não vivíamos sozinhos no mundo. Se a vossa opção é o cada um por si e o resto que se lixe, então vão-se lixar!
Haja paz
Prémio a notícia mais velha do ano.
Por que será que uma notícia velha consegue sê-lo? Um contrasenso. Andou a ameaçar este tempo todo e, finalmente, consuma o acto. Imagine-se o que será este homem a tomar decisões. Cala-se, diz que dirá depois. Entretanto vai falar com os netos, os filhos , a Maria, os amigos e alguns meses depois lá tomará a decisão. Tem as suas vantagens. Imagine-se que o Bush pensa usar a base das Lages numa futura invasão de um qualquer Irão. O homem irá meditar, ao fim de uns meses, decide-se. Pode ser que entretanto já se tenha percebido, com toda a clareza, que os argumentos da invasão eram injustificados (como é hábito) e a coisa se não faça. E assim se percebe a insuspeita qualidade deste homem. Muitas vidas teriam sido poupadas se já fosse Presidente há uns tempos atrás. Só iraquianos teriam sido cerca de 30 por dia. Americanos uns 2000 e tal.
terça-feira, outubro 18, 2005
Bibá bola
Realmente, o futebol é fundamental. Sem ele que motivos de conversa teríamos para espicaçar os nossos amigos ou mesmo os inimigos? Estamos bem porque o Benfica ganhou, mas muito mais porque o Porto perdeu. O Sporting dá-nos para expressar a compaixão. Daqui a uns tempos tudo pode ser ao contrário, mas por agora a festa é grande. A crise do Sporting ocupa telejornais, o fórum da TSF, os jornais. Que importa o Orçamento de Estado? Não vale pena discutir coisas menores. É o futebol que permite a afirmação da malta, ora de uns, ora de outros. E no fim da época todos ganhámos e daqui a umas épocas já ninguém se lembra de nada. Nem de como este país vai desaparecendo aos poucos, de orçamento em orçamento. Daqui a umas épocas, é possível que tenha havido ali à beira mar um rectângulo que voou e foi à final na Alemanha. Há quanto tempo? Nessa altura pouco importará.
Futebol 1 - Saúde 0
Um empresário do Norte (convém que fosse que a iniciativa anda sempre por lá) revoltou-se contra o facto de a FIFA não ter um site em português. Petição e zás! A FIFA rendeu-se, o site vai ter edição na língua lusa. A Pátria está salva.
Mesmo que o site da OMS/WHO continue a ignorar o português. Mas que importa a saúde comparada com o futebol?
Mesmo que o site da OMS/WHO continue a ignorar o português. Mas que importa a saúde comparada com o futebol?
terça-feira, outubro 11, 2005
Pós-eleitoral 2
Sócrates, das duas uma ou é mesmo burro ou pensa que somos nós que o somos. Quando vem dizer que são diferentes as eleições autárquicas e as legislativas e que, portanto, os resultados de domingo não são um julgamento da sua acção no Governo ou está a enganar-se ou a tentar enganar-nos. Com efeito, depois do esclarecimento informativo que houve, duvido mesmo que os cidadãos deste país pequenino, saibam sequer o que são as autarquias. O que se viu foram os líderes partidários andarem a fazer campanha. O que se votou foi em partidos (tirando os cúmplices, lá naqueles sítios especiais, onde os candidatos eram também especiais) e os resultados foram estes porque, o que tem sido feito pelo PS é desagradável para as pessoas. E a continuar assim, duvido mesmo que chegue ao fim do mandato, que pensa estar garantido.
Continue neste rumo e um destes dias ainda se vai queixar de agitação excessiva...
Continue neste rumo e um destes dias ainda se vai queixar de agitação excessiva...
Pós-eleitoral
Nestas alturas sinto uma enorme nostalgia do futebol. Quando o Vale e Azevedo era Presidente do Benfica, era simples podia deixar-se de ser sócio, supender os pagamentos de quotas e esperar que perdesse as eleições e fosse, finalmente, para a prisão. Difícil é suspender o BI e deixar de pagar os Impostos. Pelo menos para mim. Realmente, para alguns, até parece ser simples.
domingo, outubro 09, 2005
Velha raposa?
E se um apelo ao voto no filho, muito mais do que um lapso de pai, fosse uma habilidade política, isto é, a forma de começar a sair de cena?
sexta-feira, outubro 07, 2005
Muro e vergonha
quinta-feira, outubro 06, 2005
Cúmplices
As sondagens confirmam a vitória de Carmona e Rui Rio. Finalmente, alguém é aprovado pela acção desenvolvida! Parece que a Fátima, o Isaltino e o Major também vão ganhar. O povo sabe reconhecer quem trabalha!
Ou será este um país de cúmplices?
Depois há uma série de candidatos que parece que o não são. Nos telejornais são sempre os mesmos. Ainda não percebi se o Jerónimo é o candidato do PC em Lisboa (e no resto do país também...), mas realmente só o tenho visto a ele nos telejornais. Pelo Bloco parece que o Anacleto se candidata em todas as Câmaras também.
Apesar de as conferências da Câmara poderem passar a ter outro nível de discussão, decidi não votar no filósofo alternativo e como isto é local, vou votar no Partido do droguista meu vizinho. Parece que há um tal Ruben do grupo dele que se candidata a Presidente da Câmara... Vai ganhar um voto à custa do droguista.
E fico à espera que o vulcão francês entre em erupção...
Ou será este um país de cúmplices?
Depois há uma série de candidatos que parece que o não são. Nos telejornais são sempre os mesmos. Ainda não percebi se o Jerónimo é o candidato do PC em Lisboa (e no resto do país também...), mas realmente só o tenho visto a ele nos telejornais. Pelo Bloco parece que o Anacleto se candidata em todas as Câmaras também.
Apesar de as conferências da Câmara poderem passar a ter outro nível de discussão, decidi não votar no filósofo alternativo e como isto é local, vou votar no Partido do droguista meu vizinho. Parece que há um tal Ruben do grupo dele que se candidata a Presidente da Câmara... Vai ganhar um voto à custa do droguista.
E fico à espera que o vulcão francês entre em erupção...
quarta-feira, outubro 05, 2005
Vamos preencher-lhe as expectativas
Espera-se que com o impuso que dará, possivelmente, o próximo fim-de-semana, possamos aproximar-nos das expectativas deste homem, que hoje se lamentou desta forma curiosa:
"Há uma conflitualidade social relativamente às medidas do Governo muito abaixo do que seria de esperar em Portugal", sublinhou o primeiro-ministro.
Ele quer mais, está desiludido com a distracção do seu povo. Alguma vez teremos de seguir o líder e fazer-lhe a vontade.
O exemplo de França até pode ser interessante, tanto mais que é uma terra onde têm surgido, desde 1789, passando por 68, algumas novidades interessantes para mais tarde recordar.
(imagem colhida no Libération)
terça-feira, outubro 04, 2005
Por uma Campanha Alegre
Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não o dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.
Foi enquanto ouvia o Manuel Alegre ontem na SIC Notícias, que me veio à lembrança esta coisa muito velha desta Pátria. Já o Camões dizia prenunciando as fátimas ixaltinadas e os loureiros de sempre, essas coisas velhas como os hábitos que fazemos de cócoras.
Aos poucos fui percebendo melhor que, mais do que o realismo da descrença, vale muitas vezes, muito mais, o desejo de acreditar. É que a esperança sabe bem melhor que a vil tristeza. Por isso, a quem tem alma grande, sempre vale a pena cantar à gente surda e endurecida. Até que a voz nos doa, lutaremos por mudar este fado. Façamos uma Campanha, Alegre!
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não o dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.
Foi enquanto ouvia o Manuel Alegre ontem na SIC Notícias, que me veio à lembrança esta coisa muito velha desta Pátria. Já o Camões dizia prenunciando as fátimas ixaltinadas e os loureiros de sempre, essas coisas velhas como os hábitos que fazemos de cócoras.
Aos poucos fui percebendo melhor que, mais do que o realismo da descrença, vale muitas vezes, muito mais, o desejo de acreditar. É que a esperança sabe bem melhor que a vil tristeza. Por isso, a quem tem alma grande, sempre vale a pena cantar à gente surda e endurecida. Até que a voz nos doa, lutaremos por mudar este fado. Façamos uma Campanha, Alegre!
segunda-feira, outubro 03, 2005
Alegre e Tarrafal
Já passei para a segunda página. Ao fim de dois dias não é mau.
Finalmente, hoje, foram homenageados pelo PR, isto é, um pouco por todos nós, os que pereceram ou sobreviveram ao Tarrafal.
Estranhei ausências (deviam andar a distribuir canetas e sacos plástico ou estão ainda em cura de águas), mas gostei de quem disse Presente!
Finalmente, hoje, foram homenageados pelo PR, isto é, um pouco por todos nós, os que pereceram ou sobreviveram ao Tarrafal.
Estranhei ausências (deviam andar a distribuir canetas e sacos plástico ou estão ainda em cura de águas), mas gostei de quem disse Presente!
domingo, outubro 02, 2005
Será verdade?
Quando ouço e leio outros locais até fico com aideia que será menos verdadeiro. Mas também tenho dúvidas se não será verdade, isto é, se algumas verdades estão abafadas, sufocadas por quem já nos domina assim esmagadoramente.
Por isso e para os que aqui possam vir fica o resumo de Eugénio Rosa, publicado no Informação Alternativa:
Os lucros líquidos das 500 maiores empresas em Portugal somaram, em 2004, 3.111 milhões de euros (623,7 milhões de contos), tendo aumentado neste mesmo ano 42,1% relativamente a 2003. Se considerar o período 2001‑2004, o aumento dos lucros destas empresas atingiu 86,7%. Estes dados mostram que a crise económica não está a afectar as maiores empresas, revelando-se até como anos dourados, contrariamente ao que sucede com as pequenas e médias empresas.
Este aumento de lucros tem-se verificado simultaneamente com um aumento menor de vendas e de crescimento do VAB (riqueza criada). Por ex. em 2004, os lucros cresceram 42,1%, as vendas 7,1% e o VAB 21,3%. Aquele crescimento dos lucros parece ter sido conseguido fundamentalmente pela redução da percentagem do VAB destinada ao pagamento de impostos ao Estado e ao pagamento de remunerações aos trabalhadores.
Em 2004, cerca de 15% de toda a riqueza criada no nosso País já era controlada pelas 500 maiores empresas, tendo-se verificado uma tendência de aumento contínuo nos últimos 4 anos. Efectivamente, entre 2001 e 2004, o VAB destas 500 empresas aumentou de 16.080 milhões de euros para 18.554 milhões de euros. E estas empresas empregavam em 2004 apenas 6,1% da população empregada.
Em 2004, a Autoeuropa, uma das maiores empresas a funcionar em Portugal, continuou a não divulgar dados de natureza económica e financeira. Em 1999, os lucros da Autoeuropa atingiram 12,3 milhões de contos e, em 2000, cerca de 16,2 milhões de contos; portanto, num ano apenas aumentaram 32,5%. A partir de 2000 a Autoeuropa deixou de divulgar dados de natureza económica e financeira, tendo imposto pouco depois um congelamento de salários aos seus trabalhadores por 3 anos, que se prolonga até Setembro de 2005, determinando uma redução do poder de compra dos salários dos trabalhadores em cerca de 8%.
Mesmo em relação às estruturas representativas dos trabalhadores da Autoeuropa, a empresa tem dito que são dados confidenciais, violando a lei portuguesa (art.º 503 do Código do Trabalho e art.º 358 da Lei 35/2004). É evidente que a Autoeuropa, ao ocultar aquilo que outras empresas a funcionar em Portugal, mesmo estrangeiras, divulgam todos os anos, para além de ser uma violação da lei, levanta suspeitas na opinião pública que esta empresa teria todo o interesse em esclarecer.
Por isso e para os que aqui possam vir fica o resumo de Eugénio Rosa, publicado no Informação Alternativa:
Os lucros líquidos das 500 maiores empresas em Portugal somaram, em 2004, 3.111 milhões de euros (623,7 milhões de contos), tendo aumentado neste mesmo ano 42,1% relativamente a 2003. Se considerar o período 2001‑2004, o aumento dos lucros destas empresas atingiu 86,7%. Estes dados mostram que a crise económica não está a afectar as maiores empresas, revelando-se até como anos dourados, contrariamente ao que sucede com as pequenas e médias empresas.
Este aumento de lucros tem-se verificado simultaneamente com um aumento menor de vendas e de crescimento do VAB (riqueza criada). Por ex. em 2004, os lucros cresceram 42,1%, as vendas 7,1% e o VAB 21,3%. Aquele crescimento dos lucros parece ter sido conseguido fundamentalmente pela redução da percentagem do VAB destinada ao pagamento de impostos ao Estado e ao pagamento de remunerações aos trabalhadores.
Em 2004, cerca de 15% de toda a riqueza criada no nosso País já era controlada pelas 500 maiores empresas, tendo-se verificado uma tendência de aumento contínuo nos últimos 4 anos. Efectivamente, entre 2001 e 2004, o VAB destas 500 empresas aumentou de 16.080 milhões de euros para 18.554 milhões de euros. E estas empresas empregavam em 2004 apenas 6,1% da população empregada.
Em 2004, a Autoeuropa, uma das maiores empresas a funcionar em Portugal, continuou a não divulgar dados de natureza económica e financeira. Em 1999, os lucros da Autoeuropa atingiram 12,3 milhões de contos e, em 2000, cerca de 16,2 milhões de contos; portanto, num ano apenas aumentaram 32,5%. A partir de 2000 a Autoeuropa deixou de divulgar dados de natureza económica e financeira, tendo imposto pouco depois um congelamento de salários aos seus trabalhadores por 3 anos, que se prolonga até Setembro de 2005, determinando uma redução do poder de compra dos salários dos trabalhadores em cerca de 8%.
Mesmo em relação às estruturas representativas dos trabalhadores da Autoeuropa, a empresa tem dito que são dados confidenciais, violando a lei portuguesa (art.º 503 do Código do Trabalho e art.º 358 da Lei 35/2004). É evidente que a Autoeuropa, ao ocultar aquilo que outras empresas a funcionar em Portugal, mesmo estrangeiras, divulgam todos os anos, para além de ser uma violação da lei, levanta suspeitas na opinião pública que esta empresa teria todo o interesse em esclarecer.
sábado, outubro 01, 2005
Eu apoio!
O Alemão tomou conta desta gente à beira mar. A memória foi-se-lhes de vez. Nas sondagens o PSD já aparece à frente do PS. Porquê?
Só por falta de memória, certamente. Ainda não ouvi ninguém da direita derrubada dizer, preto no branco, quando voltarmos ao Governo as reformas voltam para os 49 anos, os subsistemas de saúde vão ser todos reinstituídos depois de terminados por este Governo, demitiremos todos os recém-nomeados, mas não os substituiremos pelos nossos. Já toda a gente se esqueceu do início do ano lectivo do ano passado, das trapalahadas dos programas informáticos e de quem eram amigos os que os fizeram? Já estão esquecidos dos ministros que tinham filhas que entravam em Medicina ao colo da diplomacia? Já não se lembram de quem vestiu o país de tanga?
E quando o Cavaco gaguejante é quase Presidente, será que já acabou o buzinão e o homem já lê jornais e engana-se algumas vezes?
Raios partam o Alzheimer! Mas para pior já basta assim. Há mais mundo, oh gentes!
Há mais candidatos a presidentes. Vamos dizer-lhe que o apoiamos, escrevendo o nosso nome aqui. Eu fui o 2613º.
Só por falta de memória, certamente. Ainda não ouvi ninguém da direita derrubada dizer, preto no branco, quando voltarmos ao Governo as reformas voltam para os 49 anos, os subsistemas de saúde vão ser todos reinstituídos depois de terminados por este Governo, demitiremos todos os recém-nomeados, mas não os substituiremos pelos nossos. Já toda a gente se esqueceu do início do ano lectivo do ano passado, das trapalahadas dos programas informáticos e de quem eram amigos os que os fizeram? Já estão esquecidos dos ministros que tinham filhas que entravam em Medicina ao colo da diplomacia? Já não se lembram de quem vestiu o país de tanga?
E quando o Cavaco gaguejante é quase Presidente, será que já acabou o buzinão e o homem já lê jornais e engana-se algumas vezes?
Raios partam o Alzheimer! Mas para pior já basta assim. Há mais mundo, oh gentes!
Há mais candidatos a presidentes. Vamos dizer-lhe que o apoiamos, escrevendo o nosso nome aqui. Eu fui o 2613º.
Subscrever:
Mensagens (Atom)