segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Amianto

Fico assustado com a leviandade como alguns problemas são tratados. Ultimamente tem sido a questão do amianto a ter honras de fora de discussão e aberturas de telejornal. Como sempre há dois tipos de intervenientes: os que acham isto e o contrário e os políticos, uns que lamentam a incúria e desprezo pela vida humana dos outros, que, simplesmente, nem falam do assunto (ou falarão quando os papeis estiverem invertidos). Neste momento, diria, que pouca gente em Portugal deveria estar a dormir descansada se ainda ouvissem estes debates. A morte está à espreita! Curiosamente, vem acontecendo cada vez mais, que os problemas técnicos tendem a ser reduzidos à política nestes assuntos técnicos, exatamente ao contrário do que acontece nos problemas políticos que são reduzidos a problemas técnicos, chegando-se a propor o quase fim da democracia com a promoção do contrato de governo, de regime, qualquer coisa, em que por mais que os cidadãos escolham, a política a seguir seria sempre a mesma e teria sempre as mesmas consequências. Em todos os debates técnicos não há uma única opinião séria produzida pelas universidades, pelos técnicos da área, possivelmente porque isso anularia o debate e ficaríamos a conhecer a realidade ou a realidade tanto quanto ela se conhece. Acontece que isso mata o debate entusiasmado que vende jornais e dá audiência a rádios e televisões. Ainda com um ganho secundário, não se discutem os assuntos políticos levados assim para segundo lugar. No fim ficamos todos desinformados pela informação acessível: anda para aí toda a gente a morrer de asbestose e nós sem darmos por ela. Há emprego para dois tipos de empreendedores: os construtores civis certificados na remoção do amianto e os advogados (você esteve em contacto com amianto? Contacte-me!).

Sem comentários: