Era num misto de esperança e medo que diziam, naqueles tempos, esse é do contra, quase como se, o facto de os conhecerem, lhes pudesse pôr em risco alguma coisa. Esta gente sempre gostou de estar acomodada, cobardemente sossegada à espera da mudança. E a mudança chegou numa madrugada já distante, ou melhor, a esperança da mudança, porque o medo da mudança rapidamente gerou desconfiança relativamente aos que eram do contra e agora tinham mudado tudo. Aí a cobardia de mudar da maioria silenciosa procurou soluções que pouco mudam e assim tem sido já lá vão mais de 30 anos, uma geração, em que o alterne tem dominado e levou isto ao estado de coisas a que se chegou. Quero nesta altura dizer a esses que não querem mudar que ao menos parem de me enviar mensagens eletrónicas em que, alternadamente, vão dizendo mal, ora de uns ora dos outros e votam ora nos outros, ora nos uns rumo ao abismo, quando o caminho necessário é rumar para o futuro.
Chega de preguiça, de superficialidade, de pouco trabalho e de ser mediocremente do contra. Basta de ter medo de mudar! É tempo de ser do outro contra, a favor da esperança e das pessoas para que a primavera, ainda que tardia, possa florescer. E, é claro, que se lixe a santa economia, essa a liberal, porque, afinal, economias há muitas!
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