quarta-feira, dezembro 16, 2015
Dia novo
Dia novo
O tempo é muito aquilo que lhe pomos dentro. Por isso, o tempo de sequências circulares é um tempo igual e repetido. Fica curto. Pelo contrário, o tempo linear e renovado aumenta a sua dimensão. A rotina é uma espécie de rato que come o tempo e o diminui. A vida deve, assim, ser muito mais uma semirreta do que um círculo ou fica pequenina, independentemente do tempo que dure. É fundamental não ficar às voltas ficando sempre no mesmo sítio.
Ao fim de todo este tempo continuo a tentar enchê-lo de coisas novas, aumentando-o. E tenho a sorte de o poder fazer. Muitos não têm, engolidos que estão no círculo dos dias. Isso não pára de me incomodar. Aqui chegado também me incomoda a preguiça de, às vezes, não pôr mais no tempo. É a autocrítica que gera novos programas para o tempo que aí vem.
Um dia como outro qualquer, mas não igual aos outros todos. Mais um dia.
E a todos os que se lembraram, escreveram, telefonaram e mensajaram agradeço que, também dessa forma, tenham ajudado a ser mais um dia novo.
quarta-feira, dezembro 09, 2015
WTF ou, melhor, que porra é esta?
Se há coisa que se gosta de ser neste país é engraçadinho e autovalorizado. Há uma epidemia de uso de expressões inglesas traduzindo possivelmente uma aquisição de sons recentes pela última geração, que assim se viu proprietária de uma fonética que não era comum à da geração anterior e lhe deu uma identificação de tribo em ascensão social: os filhos têm uma linguagem nova que os pais não conhecem porque ascenderam culturalmente a uma língua nova e desconhecida dos pais. São mais riquinhos por terem uma nova língua e disseminam-na indiscriminadamente na sua afirmação de superioridade, bebendo sofregamente, sobretudo, as expressões que lhes são trazidas na música e nos filmes com que o Império os intoxica. Recentemente o fenómeno ampliou-se pela Internet e já chegou ao Parlamento pelo inimaginável e irrevogável PP. Acham que lhes fica bem, é fino conhecer estas expressões.
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