quarta-feira, dezembro 01, 2004

Notas depois do que ouço por aí

Mas é claro que o PSD tem de estar disposto a aprovar o Orçamento. Que outra coisa poderia esperar-se? Certamente que, convencidos de que vão ganhar as próximas eleições, terão toda a vantagem em governarem até lá com este Orçamento e continuarem depois a dar continuidade ao Orçamento que propuseram. Como é que há gente que pode pensar que seria de outra forma? Vão, aliás, mostrar na próxima campanha eleitoral que tinham toda a razão em tudo o que fizeram, que o PR só veio fazer o país perder algum tempo e este coro de unanimidade condenando a ´política deste governo (eu nunca tinha visto tanta gente de acordo desde o Ferraz da Costa à CGTP, é obra!) é que está enganado. Eles são o soldado que marcando passo ao contrário, são os únicos da formatura no passo certo. E ainda se vão rir ao verem o PR assinar a aprovação deste Orçamento e vão dar realce à coisa, se calhar, mostrando a incoerência do acto.
Vai ser uma campanha alegre! O Portas a mostrar que eles é que eram a moeda boa deste governo e o Sócrates a explicar por´que é contra as reduções dos Impostos e por aí além vai haver um pouco de tudo.
Na verdade Sampaio, está a sair melhor do que a encomenda. A estratégia maquiavélica de que falei em Julho parece estar em marcha. O PS agora está mais compostinho, apesar de ter um líder de plástico e a imagem do PSD está bem mais arruinada com o descontentamento generalizado que tanta asneira fez nascer. Estão criadas as condições para uma vitória fácil do PS ou seja para substituir a principal agência empregadora do país nesta democracia de alterne. Dentro da lógica desta brincadeira do papelito dobrado há ainda assim um aspecto positivo; com esta situação, não haverá necessidade de voto útil no PS, o que pode permitir que os que ainda nos não governaram, eventualmente mais votados, possam vir a ter algum papel a partir de Fevereiro, contrariando, de alguma forma, a vitória do novo plástico.

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