domingo, maio 16, 2004

Os três de Mourinho

Bastante cedo, o dragão ficou atordoado. E foi bonito de ver aquela imagem do Mourinho, três dedos definitivos a prenunciarem a festa. O imbatível, o tal que não perde torneios nem jogos entre os grandes, mostrava ao mundo os três dedos, reconhecendo o que estava a contecer. Como era possível, meu Deus? Em dias normais já seriam 3-0...
Ao intervalo ganhava. Dentro da obediência aos conselhos de fazedores de imagem ia dizendo que o resultado certo seriam 3-2 para o Benfica. Fica bem aos vencedores serem magnânimos.
Mas depois foi-se o verniz. No fim berrava que tudo isto é uma farsa.
Tem razão, Mourinho, há farsas nisto tudo e saber perder é bonito. Não ficar com ar furibundo de mau perdedor é ser desportista. A imagem do ganhador que não perde, confunde-se com a de certos exércitos esmagadores, com a imagem do medo. Não têm sequer felicidade quando ganham, mantêm o mesmo ar agressivo de sempre. Bonita era a imagem do Eusébio a chorar em 66 depois do jogo... Simples como quando ganhava, sem o olhar vingador dos humilhadores. Acima de tudo gosto de vencedores felizes e solidários com os que perdem. Isto é tão simples...

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