Como se vê na imagem, Scolari não «tocou nem um cabelinho do rapaz». Vê-se igualmente um cidadão de boca aberta, possivelmente, a dizer Oh, Felipe, que maneira estranha você tem de abrir os braços. Cuidado que podem levar a mal!
Não tenho grande admiração por vencedores crónicos e até reservo alguma ternura pelos perdedores. Mas quando os vencedores crónicos usam estratégias de fuga em frente para a sua sanha triunfante, aí quase que perco a paciência e, da falta de admiração, passo ao desprezo. É que também não gosto nada que me tomem por idiota.
O Felipe até pode ser boa pessoa, mas então é o Scolari que é uma besta. Vice-versa também serve. Mas, considerando que é a primeira que está certa, estou a assistir a um espectáculo triste de branqueamento da besta. O Felipe estava triste, o Scolari estava furibundo. Aliás, acho que só um tipo assim se rala com os cumprimentos à família. Um tipo triste acaba por lamentar, ter pena de quem os profere e deseja-lhe melhores dias. Só que, naquele momento, o Scolari deu um empurrão ao Felipe que deve ter caído de cu no chão e ficou sozinho em cena. Até me pareceu ver o Felipe a ir-se embora e foi nesse momento que, subitamente, o Scolari começou a correr para dentro do campo e numa forma estranha de abrir os braços (quem abre os braços levantando apenas um e, por sinal, de punho cerrado?)chegou à cara do cara. Convencido que ninguém teria visto (!!!) o Scolari negou tudo, manifestou ter sido roubado, insinuou coisas sobre o homem de preto. É um hábito deste ganhador (que tem ganho, mas não tem feito ganhar assim tanto) dizer umas coisas que pode, mais tarde, dizer que não disse (há tempos dizia que havia uns adversários que corriam muito...), só que, desta vez, o vídeo tramou-o. E eis que, no dia seguinte, o Felipe (ou terá sido o Scolari) montou uma operação de desculpas, claramente para se tentar safar, para ver se consegue uma pena mais pequenita. Scolari a corar ao sol para ficar mais branqueado.
Que ele o faça, até entendo. É o Scolari a fazer de Felipe e a fazer-nos de parvos. Mas isso também tem sido uma constante da sua carreira por cá. Basta lembrarmo-nos das bandeirinhas nas janelas para vermos o jeito que ele têm para manipular. Nota-se que não me entusiasma o vencedor. Aliás, em toda a estadia, apenas uma coisa apreciei neste líder, a sua atitude face aos jornalistas ao, repetidamente, lhes não dar confiança, não governando pela imagem. Os pobres construtores de imagens não tiveram alternativa perante os resultados. Agora, perante a oportunidade de clarificarem algumas coisas, cedem, branqueiam. Como as vedetas que falham golos de baliza aberta. Em nome de que Deus?
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