Mais de uma semana de pausa. Pela agitação da vida moderna, as deslocações a reuniões e também pela falta de momentos importantes nas notícias. Está realmente tudo muito igual.
A ir para o Porto, fui ouvindo uma conversa depressiva de mulheres deprimidas no Fórum Mulheres da TSF. Discutiam as reduções na segurança social e foi triste ouvir o conformismo. Assim, a luta está perdida.
Depois, o Porto inaugurou o estádio do Dragão e ficam-me na retina alguns azulejos do Júlio Resende. Tudo o resto é folclore de Pintos da Costa e companhia.
Aconteceu também o rapto do jornalista no Iraque e depois a libertação e uma jornalista a ir ser buscada em avião do Governo. É preciso tratar bem os jornalistas. Fizeram bem e deram um bom exemplo para futuras evacuações de gente, eventualmente, sem tempo de antena.
Depois, depois foi mais do mesmo de sempre e uma semana que acabou um dia mais cedo, porque na sexta feira a função pública fez greve e com ela eu também. Setenta por cento dizem os sindicatos, dez por cento o Governo. Pasmo como se pode noticiar isto. Por favor não venham falar da independência do jornalista. Quem noticia isto não é independente, é mau informador, incompetente. Então estes senhores que conseguem saber a verdade sobre a ideia dos portugueses acerca da resignação do papa, não são capazes de fazer um estudo independente para dizerem os verdadeiros números da greve?
E mais uma reunião de fim-de-semana para discutir o Futuro da endocrinologia. Um aspecto positivo, uma reunião médica onde não fomos drug-dealers. desabafámos sobre insuficiências, atrasos, hospitais de gestão privada, investigação e depois podemos vir embora, que tudo irá permanecer aproximadamente na mesma. Gostei de ouvir o Felipe Casanueva falar da necessidade de mobilidade e do domínio da língua inglesa com aquela referência de que piloto também não pode voar se não souber inglês. E as reflexões sobre os nossos cuidados com a Medicina dos ricos, ignorando tudo o que se passa naqueles milhões de quem nunca falamos.
Discussão sobre política de medicamentos e comparticipações diferenciadas consoante o rendimento. A mesma confusão das propinas e lá vou eu comprar os comprimidos e pagar mais que o Manuel Damásio que ganha o ordenado mínimo. A mesma confusão das propinas! Como diz o outro, mas será que está tudo doido? E o conformismo face À nova organização da saúde, como se fosse o único caminho. Sim, senhor Dr. Durão e companhia, a vossa mensagem passou! Restam, é claro, num cantinho do país uns tipos que não vergam e continuam a acreditar que a história há-de ser escrita de forma diferente. Já se chega a ouvir alarvidades do géneãoro «os doentes dos centros de saúde deixam de estar tanto tempo em lista de espera se fizermos consultas de triagem, mas como essas consultas não podem ser contabilizadas e pagas ao hospital de onde somos, não devemos ir!» Mudem-se as formas de pagamento, mas por favor acabem-se as esperas desnecessárias. O contrário é que não! (Ainda por cima é gente inteligente e aparentemente bem intencionada que se sai com este tipod e coisas).
E já me esquecia que foi esta semana que o senhor bastonário veio defender que não deve haver grande aumento de vagas nos cursos de medicina. Claro, risco de concorrência no estabelecido! É triste, bastante triste.
Tentarei recomeçar amanhã com mais regularidade.
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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