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quinta-feira, abril 17, 2008

Contos de Hoffman

Um dos riscos destes tempos é aceitarmos óculos mais ou menos mágicos que nos fazem ver o que queremos no artifício que nos apresentam. O sistema funciona gerando algum prazer e encantamento até que alguma perturbação lhe aconteça. Aí pode a visão desfazer-se em pedaços, qual Olympia, e ficarmos expostos à galhofa colectiva.
Na pressa dos dias, os criadores de autómatos quase perfeitos, mais não precisam que os substituir por outros quase iguais, que, na debilidade das memórias, podemos julgar ser diferentes. Avança-se, assim, de frutração em frustração na sucessão do tempo.
Na verdade, enganador não é o autómato, mas quem o produz. Mudam-se assim, os ministros, para preservação dos reais poderes.

sábado, março 29, 2008

Mitos

A imperiosa necessidade de aprovação pública, procurada de forma quase desesperada, traduz uma tentativa desgraçada de superação de vazios de vida. É pelo menos aquilo que pressinto olhando às vezes por aí, quando me confroto com alguns desses casos. Sabem que não vão existir dentro de poucos anos na memória de ninguém, mas, em cada dia que passa, esticam-se em bicos de pés na busca da notoriedade fugaz dos 5 minutos de televisão. Esse parece ser o seu único programa de vida: ter uma aprovação virtual de quem vê as suas imagens sem olhar as suas realidades. A certa altura terão até eles próprios dificuldade na percepção da sua realidade, tão embrenhados estão na ilusão da sua imagem. Confundem as duas dimensões e passam a viver num mundo virtual que confundem com o concreto. E ficam consumidos nesse sonho. Para o seu bem, o melhor é que não acordem.