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domingo, abril 06, 2008

O Tomás e o Balaio

Das leituras de fim de semana noto a coincidência de dois temas sobre jovens contemporâneos, o Tomás e o Balaio. A notícia do Tomás está disponível no link da Visão, a do Balaio é publicada no Sol e não está acessível em versão electrónica. O Balaio tem 20 anos, aos 13 foi abandonado pela mãe que se prostituia, é amigo dos ciganos e está preso por ligações ao pequeno comércio da droga e por roubos para alimentar a dependência. Tem um olhar vivo e fura-vidas. Mas tem a vida furada. É Balaio porque já o pai andava de balaio (cestinha) a acompanhar a mãe na venda do peixe e por causa de outros encontros que foi tendo vida fora.
O Tomás tem 18 anos, não foi aluno excepcional e, possivelmente por isso, não o aceitaram em Oxford, tem olhar vivo como o Balaio, tem a cassete da cartilha do Mercado entranhada nos neurónios. Apresentam-no como um pequeno génio da geração de valor. É capa de revista porque o avô é o Engenheiro Belmiro. (Ou não! porque um tão grande destaque numa revista de referência, dificilmente é inocente. Mais parece ser uma operação de marketing de qualquer coisa (ainda confidencial) que irá sair em breve. A ver se vai.)
O engraçado para mim, foi a coincidência das notícias de dois jovens tão diferentes numa sociedade que afirma querer dar a todos as mesmas hipóteses e persiste na desenvergonhada mentira de afirmar a igualdade de oportunidades para todos. É por estas e por outras, Tomás(es), que o Estado é fundamental e tem de ser forte, é, por estas e por outras, que os Impostos não são um mal em si. Realmente, a bondade e a maldade não são realidades a preto e branco e, lá bem no fundo, somos todos bastante iguais.As diferenças explicam-se pelos balaios (cestinhas ou alcofinhas) onde andámos.