Por azar não tenho encontrado o Miguel nos corredores do hospital. Geralmente são cruzamentos simpáticos com sorrisos, breves, de alguma cumplicidade sem grande substância. Mas azar porque é nestas alturas que me apetecia dar-lhe o apoio que merece.
Nesta terra sempre gostamos de fazer as coisas às escondidas, desreguladas, ao livre arbítrio dos poderes dos poderosos e negamos o poder da regulação por critérios objetivos, porque se perdem uns poderzinhos nesta segunda forma de fazer. E o que fizeram na comissão foi apenas dar transparência ao que se faz às escondidas e logo veio a vozearia habitual acusá-los de quase criminosos. E o grande comandante médico veio instaurar um processo porque os médicos não podem pensar pela sua cabeça numa defesa de uma virgindade que se sabe há muito perdida. Gostamos de viver de mitos e ilusões. Temos aversão à transparência. O silêncio é a alma do negócio.
Uma comissão decide, por unanimidade, e tem que ouvir esta gente. A minha pouco valiosa solidariedade Miguel. mas é quase um imperativo ético.
Sem comentários:
Enviar um comentário