O narciso debruça-se contemplando a sua imagem e sente a beleza que é. Também a feia se olhava ao espelho e perguntava, quem, é mais bela do que eu espelho meu? Há uns seres assim, refugiados no espelho autocontempando-se, fugindo como o diabo da cruz da apreciação dos pares. Pares? qual quê, eles são ímpares, superiores e seria ridículo submeterem-se a apreciações externas. Ao prazer partilhado abdicaram, tendo optado, há muito, pela autoconsolação.
O mais estranho em tudo isto nem é a sua opção, que a insanidade sempre será possível, mas a tolerância social. Essa custa mais a entender, mas muita coisa anda às avessas, embora a solução não seja a longo prazo o plantar as couves com a raiz virada para o ar, porque isso as fará morrer. Vai demorar algum tempo, mas acabará inexoravelmente por ser assim.
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