Depois fico calado uns dias, ainda na esperança de encontrar a frase que fugiu. Ainda por cima era a que tinha graça,a que valia a pena. Andam por aí muitíssimas dessas, das que valem a pena e não registei no momento exacto. Preciso de um bloco de notas, que me evite os silêncios impostos pela espera das que fugiram. De outra forma, apenas saem estas. A memória é um carcereiro cada vez com mais tempo de férias e é dessa forma que as frases livres se vão safando do registo.
A memória pouco realiza, mas é um instrumento indispensável para embelezar o discurso e o tornar mais apetecido e compreensível. Uma espécie de esqueleto do corpo do pensamento. Sem ela resta-nos um discurso invertebrado, mole e rastejante.
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