Quando vou a um espectáculo, aplaudo, fico indiferente ou pateio de acordo com o grau de apreciação que faço do desempenho dos actores. Num negócio, premeio, fico igual ou critico, de acordo com o retorno que me advém do investimento. O futebol de hoje não sei se é um espectáculo se um negócio, mas em qualquer das circusntâncias é lícito que quem está nas bancadas aplauda, fique quedo ou assobie os actores da coisa. O que já não parece normal é que haja uns a ganhar milhões, mesmo quando se refastelam em colchões e depois se manifestem incomodados com os assobios com que o seu mau desempenho é apreciado. Os actores não assobiam os espectadores, pode ser, senhor Cristiano Ronaldo e companhia? Não trabalharem e exigirem carneirada apoiante em nome de uma quase causa é excessivo. Tanto mimo, devia exigir protesto dos senhores jornalistas, mas esses andam demasiado empenhados a defender a pátria.
Depois do futebol da manhã, à noite os fados. Fados de Carlos Saura. Fados e não fado, possivelmente porque se não trata aqui tanto do Fado, mas mais dos fados de vários povos que se encontraram alguma vez no caminho. Essa a graça do filme, que não chega a ter uma história nem muito menos faz a história do fado deixando assim a possibilidade de ser documentário. O filme é um longo e esteticamente adequado Saurão para Trabalhadores com muito fado, de onde perspassa a ideia dos encontros dos povos e onde, à maneira do que diz Saramago, se não percebem as razões de certas fronteiras. Fado e flamenco são fados comuns, afinal. Custa a perceber o Caia entre Elvas e Badajoz e de todo se não entendem os protestos de alguns patrioteiros ofendidos por as mulheres da raia irem parir a Espanha. Não tanto pelo fado, mas por esta ideia, o filme Vale!
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