terça-feira, maio 08, 2007

Rigidez

À ida reparei na árvore de que falei já há bastante tempo. Mais seca, mas vertical, continua a olhar-me da beira da auto-estrada. Adivinho-a menos flexível, mais rija e fracturável. Menos resiliente, continua de pé até ao dia do vendaval final.
Há dias assim, em que as palavras fugiram. Noutros vêem e pode mesmo ser hilariante, quando de repente explica que «não fala, porque é mudo». Assim do nada. O silêncio começou há muito, insidioso e nesta altura já vão longe as saladas de palavras. Agora, a língua fascicula, o olhar recusa-se, os ouvidos parecem persistir atentos e a expressão, hoje, limita-se a uns sacões das pernas. Até à próxima vez que surja uma qualquer reminiscência do sentido de humor tímido que teve.

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